quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

CINQUENTÕES TERÃO QUE TRABALHAR MAIS PARA SE APOSENTAR



Aumento na expectativa de vida faz com que ele demore para sair do mercado de trabalho

Os brasileiros com idade a partir de 50 anos terão que trabalhar e contribuir mais com a Previdência Social para recuperar as perdas com a aposentadoria, com aumento da tábua de mortalidade divulgada nesta quarta-feira (1º) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Isso porque a expectativa de vida do brasileiro alcançou 73,17 anos, uma aumento de 3 meses e 22 dias em relação a 2008. Com isso, os homens com 56 anos e 36 anos de contribuição terão as maiores perdas:  R$ 12,74 na aposentadoria, caso de um salário médio de R$ 2.000 – valor aproximado da renda atual do trabalhador. As mulheres, com a mesma idade e tempo de contribuição, teriam perdas ainda maiores, de R$ 14,64.

O cálculo feito pela Conde consultoria leva em conta as regras atuais da Previdência Social, que estipula a idade mínima para o pedido de aposentadoria: para os homens, 60 anos de idade e 35 de contribuição e para as mulheres 55 anos de idade e 30 de contribuição.

Segundo o consultor André Conde, os trabalhadores com essa faixa etária e rendimento devem ter que trabalhar entre 1 a 2 meses a mais para conseguir o benefício.
- Mesmo assim, ele vai conseguir somente cerca de 70% do valor da renda atual. Somente se ele trabalhar mais sete anos é que terá a aposentadoria integral [...] Vale ressaltar que o fator previdenciário (fórmula usada para calcular a aposentadoria) é feito com base em 80% dos maiores salários do trabalhador.

O fator previdenciário é uma fórmula matemática criada em 1999 pelo governo para ser aplicada no cálculo das aposentadorias por tempo de contribuição. Na aposentadoria por idade o fator pode ser usado se aumentar o valor do benefício. Baseia-se em quatro elementos: alíquota de contribuição, idade do trabalhador, tempo de contribuição à Previdência Social e expectativa de sobrevida do segurado .

Para Rafaela Cassetari Savaris, advogada especialista em previdência do IDBP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário) a dificuldade dos brasileiros cinquentões em conseguir a aposentadoria faz com que ocorra a “desaposentadoria” – quando o trabalhador dá entrada no benefício, mas volta para o mercado de trabalho. Atualmente, o governo estima que 500 mil aposentados continuem trabalhando e contribuindo com a Previdência Social.

- É uma tendência [do aposentado] ir para a informalidade, já que zera todas as contribuições. O fator veio para que o trabalhador continue no mercado de trabalho, mas isso acaba não ocorrendo já que ele prefere usar o benefício como um complemento da renda.

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