Como o tempo corre depressa
Na correnteza do Rio Aratuá
Levando embora minha meninice
Fazendo-me hoje recordar
Das minhas alegres travessuras
Com Polyanna-Menina a brincar
Tempo feliz que passou
O que eu vivi em Guamaré
Eu e o finado Botinho
Que era o meu primo de fé
Éramos companheiros de aventuras
Para nós não existia marcha ré
Tia Luiza Barbosa era tão boa
Tia Baíca, mãe de Luiz
Homem de coração bom
Mas de cabelos no nariz
Nem mesmo em sua Guamaré
Conseguiu ele ser feliz
Tia Ana Bahia e Tia Antonia de Abílio
Finado Jairo, Zé Bolinha e Lampião
Saudades eu tenho das peladas
Que com eles só terminavam em confusão
Saudades de Mazinho de Iva
Que é um grande amigão
Mário de Lucila e Nêgo Gerson
Os nossos mergulhos no Minhoto
Erivan de Rosemiro, Naldinho, Tontom e Ronaldo
Eta sujeitinho mega-escroto
Biratan e Barrão são bons sujeitos
Mas a bebida os coloca nos esgotos
Em Guamaré fui tão feliz
Ao lado de minha mãe, João e Severino Calixto
Foi lá que dei vazão aos meus sentimentos
E ao tempo e a idade eu resisto
E é por amor a velha Ilha dos Gatos
Que hoje eu sei que existo
Vivi muito tempo no Bar do Careca
Participei de muitas confusões
Bastinho e minha irmã Maria
Acolheram-me com seus corações
E no bar eu era um leão-de-chácara
Expulsando do forró os valentões
Foi na seresta no Bar de Dedé de Célia
Bem em frente à prefeitura
Na noite de 04 de agosto de 89
Que nasceu em uma noite escura
O amor entre eu e Leda
Que conheci como uma doce criatura
Guamaré das minhas alegrias
Guamaré das minhas felicidades
Guamaré das minhas fantasias
Guamaré das belas tardes
Guamaré cidade que eu amo,
para mim a mais bela das cidades.
Autor: Gonzaga Filho
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