segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

UM ANO DO NAUFRÁGIO DO COSTA CONCÓRDIA É LEMBRADO POR PARENTES DAS VÍTIMAS


Equipes de resgate ainda estão trabalhando na reflutuação do navio,
que só será retirado da costa italiana em setembro

Sobreviventes do desastre do Costa Concordia e parentes de 32 pessoas que morreram retornaram à ilha italiana de Giglio, neste domingo, para lembrar o naufrágio do cruzeiro de luxo, exatamente um ano após o acidente. Um barco transportou os visitantes para perto de onde o navio de 290 metros de comprimento atingiu algumas rochas, provocando o naufrágio, ao lado da ilha toscana, onde a embarcação ainda se encontra.

Os parentes jogaram flores no mar e assistiram a um guindaste levar até a água parte de uma rocha, que foi retirada do casco e esculpida em forma de um memorial, adornada com uma placa. O barco soou a buzina 32 vezes para saudar os mortos

A multidão fez um minuto de silêncio e um padre católico rezou uma missa.
“Depois de um ano, ainda estamos traumatizados”, disse Violet Morreau, um sobrevivente francês, que estava na área do restaurante, com mais 10 membros da família, no dia 13 de janeiro de 2012, quando o navio, que transportava cerca de 4.200 pessoas, bateu em um recife.

O capitão, Francesco Schettino, permanece sob prisão domiciliar, acusado de homicídio culposo e de abandonar a embarcação antes que todos os passageiros fossem evacuados. Os promotores dizem que ele causou o acidente navegando muito perto da costa, em uma tentativa de “saudar” a ilha. Schettino argumenta que os recifes da região não estavam em seus mapas e que conseguiu evitar um desastre ainda maior por dirigir em águas rasas, após o impacto, para ajudar a operação de resgate. As investigações foram concluídas e os promotores planejam apresentar um pedido, até o final de janeiro, para indiciar o comandante e até oito outros responsáveis. Um juiz irá, então, decidir se há provas suficientes para o julgamento.

Equipes de resgate estão trabalhando na reflutuação do navio, no que seria a maior operação do tipo da história. O chefe da agência de proteção civil da Itália, Franco Gabriele, disse à imprensa que setembro é o mês mais provável para a retirada do navio. Inicialmente, as autoridades acreditavam que a retirada do navio seria feita no início de 2013.

Além disso, Gabriele e as autoridades costeiras disseram que o custo da operação pode subir, agora, para 400 milhões de euros (cerca de R$ 1 bilhão), contra os 300 milhões de euros (R$ 800 milhões) calculados anteriormente. Segundo as autoridades italianas, a maior dificuldade da operação será evitar o vazamento de material tóxico, que poderia danificar o santuário marinho ao redor da embarcação.

Especialistas em meio ambiente e operações de resgate dizem que as 112.000 toneladas do navio, em estado precário, que estão próximas ao porto da ilha de Giglio, e a preocupação com as consequências ambientais são as causas da demora. As águas que banham Giglio fazem parte de um santuário marinho para golfinhos e baleias e a área é muito popular entre mergulhadores amadores. O turismo diminuiu no ano passado em 28%, em parte, pelo acidente no porto de Giglio.
As equipes de resgate retiraram, em 2012, cerca de 2.100 toneladas de combustível, sem causar derrame todo o cruzeiro

Nenhum comentário: