terça-feira, 16 de novembro de 2010

A IMENSIDÃO DO NADA

 Sob a vastidão do Universo que clareia
Sentado sobre grãos microscópicos de areia
Pergunto ao infinito, quem sou?
De onde vim e para onde vou?

A lua reluta e se esconde
E somente o silencio responde
À noite em brilho de estrelas me banha
E a imensidão do nada comigo barganha

Pede para que eu pare de pensar
E deixe o curso da vida continuar
Pois se eu encontrar a resposta
Ficarei triste em saber que sou apenas um bosta

Nada sou e nada serei
Nada tenho e nada terei
Para não com a riqueza me envolver
Pois até o meu corpo terei a terra que o devolver

As perguntas em meu peito calam
Somente os sentimentos falam
Em meu rosto uma lágrima suave corre
No momento em que o brilho da lua me socorre

Perco-me em um pranto silencioso
Como testemunha, só o céu esplendoroso
Mergulho em um turbilhão de pensamentos
Querendo respostas para os meus sofrimentos

Tudo é silencio em minha volta
As ondas do mar acalmam minha revolta
E vejo a minha vida quieta, parada
Que me diz em um sorriso que solta
Que sou apenas parte da imensidão do nada

Gonzaga Filho

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