Sob a vastidão do Universo que clareia
Pergunto ao infinito, quem sou?
De onde vim e para onde vou?
A lua reluta e se esconde
E somente o silencio responde
À noite em brilho de estrelas me banha
E a imensidão do nada comigo barganha
Pede para que eu pare de pensar
E deixe o curso da vida continuar
Pois se eu encontrar a resposta
Ficarei triste em saber que sou apenas um bosta
Nada sou e nada serei
Nada tenho e nada terei
Para não com a riqueza me envolver
Pois até o meu corpo terei a terra que o devolver
As perguntas em meu peito calam
Somente os sentimentos falam
Em meu rosto uma lágrima suave corre
No momento em que o brilho da lua me socorre
Perco-me em um pranto silencioso
Como testemunha, só o céu esplendoroso
Mergulho em um turbilhão de pensamentos
Querendo respostas para os meus sofrimentos
Tudo é silencio em minha volta
As ondas do mar acalmam minha revolta
E vejo a minha vida quieta, parada
Que me diz em um sorriso que solta
Que sou apenas parte da imensidão do nada
Gonzaga Filho