A
lista de beneficiários do cartel das empreiteiras que compõe a chamada Operação
Lava-Jato, investigada pela Polícia Federal, terá políticos de todas as
correntes partidárias. Direita e esquerda estarão contempladas em um esquema de
favorecimento que ajudava nas campanhas eleitorais e no pagamento de dívida de
campanhas. O governador citado até o momento é o do PT do Acre, Tião Viana,
segundo revela o site Brasil 247. Criada para tratar de lavagem de dinheiro
(não confundir com o escândalo internacional Swissleaks), a investigação tomou
novos rumos a partir do surgimento do nome da Petrobras. Todo o esquema teria
desviado aproximadamente R$ 10 bilhões da estatal.
A
chamada Lista de Janot, a ser divulgada nesta quarta-feira (4), terá pelo menos
40 nomes de políticos que serão, obrigatoriamente, denunciados pelo PGR ao
Supremo Tribunal Federal (por conterem autoridades que gozam do foro privilegiado).
Dentre os nomes já citados pelos acusadores beneficiados pela "delação
premiada" constam os presidentes do PP, do PSDB e do PSB no período, Ciro
Nogueira, Sérgio Guerra e Eduardo Campos (os dois últimos falecidos).
O
principal denunciante do esquema Lava-Jato é o doleiro Alberto Youssef. Ele,
que é do Paraná, assim como o juiz encarregado do caso, esteve presente na
campanha de políticos de expressão nacional e coincidentemente também com base
eleitoral naquele estado.
Há,
entretanto, outros nomes, da base aliada do governo e da oposição, que constam
como beneficiários. Do PT está o ex-tesoureiro, João Vaccari. Os dois
oposicionistas mortos foram delatados por Paulo Roberto Costa, ex-diretor da
Petrobras. A conveniência de ambos estarem mortos levanta suspeitas de que os
nomes possam ser uma espécie de tira-gosto para aqueles que desejam ver
chafurdar também políticos da oposição.
Mas,
numa planilha da Camargo Correa divulgada há três meses pelo jornal Estado de
São Paulo, nomes fortes da política nacional constaram como citados: Michel
Temer (vice presidente da República) e os senadores José Serra e Aécio Neves
(ambos do PSDB). Aécio foi o candidato derrotado da oposição nas últimas
eleições. Não há qualquer garantia de que a citação esteja ligada ao esquema
Lava-Jato. Tampouco de que não esteja. Somente Janot poderá esclarecer.
Bilionário da Forbes
Um
nome chave na Lava-Jato e que não mereceu ainda a devida atenção da mídia é o
do empresário Joel Malucelli. Dono de time de futebol, de jogadores (como Tomás
Bastos, do Botafogo, autor do gol contra o Flamengo no último domingo) e de uma
ampla rede de rádio e TV, ele é aliado de boa parte dos tucanos de alta
plumagem que está de olho na Lista de Janot. Doador generoso de campanhas no
estado (mais de R$ 3 milhões em 2014), ele tem agido de maneira discreta nos
bastidores da investigação que corre pelas mãos do juiz Sérgio Moro.
Joel
Malucelli, segundo se especula no meio empresarial brasileiro, é dono de 74
empresas que lhe garantiram destaque na revista Forbes - que relaciona os
principais bilionários do mundo. Mas seu patrimônio é modesto diante, por
exemplo, da fortuna de um membro da família Marinho: Malucelli possui algo como
R$ 2 bi.
(***) FONTE: Conexão Jornalismo
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