terça-feira, 3 de março de 2015

VEJA ADMITE TER MENTIDO EM REPORTAGEM QUE ACUSAVA LULA DE DAR R$ 220 MIL A SOBRINHO


Revista publicada se baseou em inverdades

A Revista Veja, da editora Abril, se viu obrigada a admitir ser fantasiosa a reportagem publicada na edição do dia 18 de fevereiro, na Veja Brasília, em que acusava o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ter doado R$ 220 mil para a realização da festa de um sobrinho em Brasília. O repórter Ulisses Capbell, que assinou a reportagem, dias após ver o fato negado por Lula invadiu o condomínio de parentes do ex-presidente ameaçando divulgar outras inverdades caso não confirmassem o que havia sido publicado no dia 18.


Jornalista não teve um papel digno da profissão

Diz a nota publicada pela revista: "É errada a nota 'Celebração estrelada', publicada na edição do dia 18 de fevereiro (pág. 16), por VEJA BRASÍLIA, dando conta dos preparativos de uma festa que homenagearia um sobrinho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no bufê Aeropark, no Distrito Federal", admite a revista da editora Abril.


Nas eleições, Veja também mentiu. E não era mais surpresa


"Pelo equívoco, VEJA BRASÍLIA se desculpa com seus leitores e, mesmo que a nota não contivesse conotação negativa, se desculpa também com o ex-presidente e sua família por quaisquer transtornos que possa ter ocasionado", escreveu Veja.


Um dia antes do segundo turno das eleições presidenciais, a mesma revista publicou uma reportagem de capa acusando Dilma e Lula de estarem por trás do esquema da operação Lava-Jato. O objetivo era desgastar a imagem da presidenta para favorecer o candidato tucano, Aécio Neves. A Veja foi obrigada a publicar o direito de resposta no mesmo dia das eleições.


Veja: a imagem da vergonha
  
Não é de hoje que a Veja tem envergonhado os bons jornalistas. Há dois anos, quando surgiu o escândalo envolvendo Carlinhos Cachoeira, o diretor de redação da revista em Brasília, Policarpo Júnior, aparecia em gravações negociando imagens e áudios com o grupo do bicheiro que serviriam para chantagear políticos e demitir autoridades de cargos chaves do governo. As notícias viraram capas da revista.

Com um grupo de colunistas no melhor modelo pittbull, do tipo difama primeiro e apura depois, a Veja perdeu público, leitores, credibilidade, mas manteve o pé no acelerador. Diogo Mainardi, então a referência mais dantesca deste modelo de execração travestido de jornalismo, acabou afastado.

Na época, ante a proposta de chamar o dono do Grupo Abril para depor na CPI do Cachoeira, o diretor do grupo, Fábio Barbosa, pediu para que Civita fosse poupado. Ele estava com câncer e morreria pouco tempo depois.

Nas eleições, a maneira torpe de fazer jornalismo seguiu e veio a desaguar agora nas mãos do jovem jornalista Ulisses Campbell que, pela maneira de agir, padece da mesma irresponsabilidade profissional de seus superiores.


(***) FONTE: Conexão Jornalismo

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