domingo, 31 de outubro de 2010

DIA DAS BRUXAS


Há alguns anos, o Brasil tem se mostrado mais ligado à celebração do Halloween, data tradicional no hemisfério norte para comemorar o “Dia das Bruxas”. Popular entre as crianças e os jovens, o dia das bruxas é comemorado em 31 de outubro. Nessa noite, acredita-se que o “véu” que separa o mundo físico do mundo dos espíritos fica mais suscetível às transições…

A palavra “bruxa” em sânscrito significa “mulher sábia”. As bruxas eram consideradas sábias, até a Igreja lhes atribuir o significado de mulheres dominadas por instintos inferiores, responsáveis por desviar o homem de seu caminho.

Nas sociedades patriarcais (nas quais o homem era o detentor do poder), juntamente com o Cristianismo, as mulheres foram colocadas em segundo plano e consideradas “objetos de pecado” utilizados pelo diabo para manipular os homens.

A caça as bruxas ocorreu em paralelo a grandes mudanças sociais na Europa, arrasada na época por guerras, cruzadas, pragas e revoltas dos camponeses. Havia uma busca incessante pelos culpados por esse quadro.

A Igreja aproveitou-se desta situação de caos para iniciar a perseguição às bruxas, as quais eram acusadas de possuírem poderes mágicos que acarretavam problemas de saúde nas pessoas, adversidades espirituais e calamidades naturais.

Não havia critérios para se denunciar uma pessoa ao Tribunal da Inquisição promovido pela Igreja Católica, qualquer um poderia ser considerado suspeito, preso, até que demonstrasse sua inocência por meio de provas.

E, por mais incrível que possa parecer, ainda nos dias de hoje, em alguns países, rituais bizarros, com muita tortura, com a intenção de salvar uma pessoa dos males da bruxaria. Ignorantes, as pessoas fazem rituais de salvação de crianças, maltratando e traumatizando-as simplesmente por acreditarem que elas são bruxas.

Meu intuito neste post é mostrar o quanto o ser humano pode ser cruel, simplesmente por não conseguir respeitar o direito do outro em crer, independentemente de sua religião ou fé. Homens e mulheres, milhões deles, morreram em virtude de preconceito, ganância e poder de grupos, porém, mesmo aqueles que não faziam parte dos poderosos daquela época, podem ser responsabilizados pelos crimes em virtude de sua omissão. Ao se omitirem, foram coniventes, cúmplices, com uma barbárie.

De certa forma, embora não haja mais um tribunal de inquisição, casos como mendigos queimados, homens espancados por sua preferência sexual, mulheres e homens vítimas de falsos exorcismos ainda são o reflexo de nossos erros do passado, ou seja, não aprendemos com nossos erros.

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