Urologistas estimam que 50% dos homens a partir dos 50 anos se queixam de dificuldade de ereção em algum grau. E em 80% dos casos o problema tem origem vascular. Segundo urologista Valter Javaroni, chefe do Departamento de Andrologia da Sociedade Brasileira de Urologia (seção Rio), indivíduos que sofrem de hipertensão arterial, diabetes, acúmulo de gorduras no sangue; são fumantes e/ou obesos correm maior risco de disfunção erétil. E estes são os mesmos fatores responsáveis pela aterosclerose, doença que leva ao infarto e acidente vascular encefálico.
Javaroni alerta que a dificuldade de ereção é um aviso de que existe um problema vascular mais grave. Numa pesquisa realizada no ano passado, ele e equipe acompanharam homens hipertensos durante um período de quatro semanas.
O grupo com função erétil normal era o mais saudável do ponto de vista cardiovascular, e esses homens apresentaram níveis mais baixos de glicose, colesterol, triglicerídeos; menor espessura da parede das carótidas (levam o sangue arterial do coração para o cérebro) e maior capacidade de dilatação arterial, quando comparado ao grupo que se queixava de impotência sexual.
— A disfunção erétil é um marcador de problema cardiovascular. A falta de resposta ao tratamento medicamentoso para impotência sexual mostra um risco ainda maior — diz o urologista, comentando que muitos homens ainda consideram a vista periódica ao urologista desnecessária.
Mesmo os indivíduos que sofrem de problemas de ereção preferem a automedicação ao constrangimento de expor seu problema ao profissional de saúde capacitado para ajudá-lo, afirma Javaroni, médico do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Uerj).
— Esta atitude pode trazer consequências graves, uma vez que contribui para retardar a detecção de fatores de risco cardiovascular. Um homem com 65 anos que não consegue uma boa ereção pode estar com hipertensão arterial há anos e nunca ter sentido nada — diz o urologista.
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