domingo, 12 de fevereiro de 2012

MENINOS DO CONTESTADO



Para recontar a Guerra do Contestado (1912-1916), o repórter especial da Agência Estado Leonencio Nossa e o repórter fotográfico Celso Júnior consultaram 13 caixas de documentos militares produzidos durante o conflito. Mais de dois mil papéis e 87 fotografias foram reproduzidos.

Nossa e Celso Júnior - que no ano passado ganharam seis prêmios com o caderno especial Guerras Desconhecidas do Brasil, publicado pelo Estado em 19 de dezembro de 2010, outra reportagem investigativa com viés histórico - também consultaram coleções de periódicos da Biblioteca Nacional, do Rio de Janeiro, e processos de terras dos cartórios de registros de Lebon Régis e Porto União, em Santa Catarina.

Foi com base na análise do acervo militar, em especial no olhar das crianças prisioneiras retratadas em antigas fotografias, que a reportagem do jornal percorreu cidades e povoados de Santa Catarina e do Paraná, num total de 8,5 mil quilômetros de estradas, para colher a versão cabocla da história e conhecer o legado deixado pelo conflito.

Remanescentes da revolta e descendentes de rebeldes que lutaram contra os militares dão sua versão ou apresentam o imaginário popular dos fatos descritos em documentos militares. Eles falam também da vida atual. As impressões sobre a realidade do Contestado e a coleta de histórias orais foram obtidas em cem dias de trabalho de campo, além da análise das ações e repasses de verbas do governo para as cidades da região.

Para localizar as "crianças" do Contestado, o Estado recorreu a cinco rádios da região, sistemas de som de postes, blogs comunitários, pequenos jornais, comunidades religiosas e cartórios de registro civil de várias cidades.

As referências bibliográficas deste trabalho são os livros Lideranças do Contestado, de Paulo Pinheiro Machado, Messianismo e Conflito Social, de Maurício Vinhas de Queiroz, Contestado, a Guerra Cabocla, de Aureliano Pinto de Moura, e Guerra do Contestado: A Organização da Irmandade Cabocla, de Marli Auras

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