Ao publicizar uma nota em que acusa o Ministério Público de usar de má fé com a sua pessoa no caso Sinal Fechado, a ex-governadora do Rio Grande do Norte, Wilma de Faria (PSB), cutucou o cão com vara curta.
Em resposta, em menos de 24 horas, o MP fez chegar à imprensa uma nota em que é bem claro: jamais deixará de investigar quem quer que seja, inclusive aqueles que, não se sabe por qual motivo, parecem imaginar que estão acima da lei.
E não só isso.
Na mesma nota, os promotores de Justiça afirmam que todas as menções a Wilma de Faria e ao advogado Lauro Maia, seu filho, constantes nas petições advém de informações obtidas a partir de diálogos mantidos entre os investigados, que de forma expressa registram tais pessoas como beneficiárias das ações da organização criminosa, tendo o Ministério Público, como é de seu dever, levado os fatos ao Poder Judiciário, que reconheceu a procedência dos pedidos e determinou a realização das diligências necessárias à continuação da apuração dos fatos. Não há uma única afirmação feita pelo Ministério Público que não esteja baseada em elementos de evidências e provas, notadamente as próprias palavras dos demais investigados e pessoas referenciadas em interceptações judicialmente autorizadas.
A nota é direta e objetiva e depõe contra a ex-governadora. Talvez tivesse sido melhor Wilma ter ficado calada, ou no mínimo, se defender das acusações como fez o também ex-governador Iberê Ferreira de Souza (PSB), ao invés de instigar o Ministério Público. Se indícios existem que possam incriminar Wilma de Faria, agora esses mesmos indícios podem ser transformados em provas conforme atesta a nota do MP em que diz que:
- As petições levadas a público com autorização judicial, que continuam à disposição no “site” da instituição (www.mp.rn.gov.br), descreveram de forma minuciosa as diversas provas acerca da participação dos investigados em comento, colhidas ao longo de nove meses de apurações, como diálogos em que se afirma, categoricamente, que George Olímpio pagou vantagem indevida (“propina”) a Lauro Maia, bem como fez promessa de pagamento de vantagem indevida a este investigado, além de comunicações telemáticas em que George Olímpio revela que participou ativamente da elaboração de projeto de lei de autoria da investigada Wilma Maria de Faria, tendo recebido a própria mensagem por ela encaminhada à Assembléia Legislativa, com o projeto de lei que resultou na sanção da Lei n.º 9.270/09, o que representou indício de que as propostas a Lauro Maia se destinavam, em verdade, à sua mãe, então gestora máxima do Executivo Estadual.
Por fim o desafio feito por Wilma ao Ministério Público para que provasse a sua participação no esquema fraudulento montado no Detran/RN durante o seu governo, foi como um tiro no pé. Afirma o MP em seu texto:
- É comum que investigados, confrontados com fortes indícios e evidências de sua participação em ilícitos procurem desviar o “foco” do noticiário, por meio da desgastada estratégia de tentar acusar e desafiar o órgão investigador.
(***)Fonte: Blog do Barbosa
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