07/05/1962 À 07/05/2012
HISTÓRICO:
Antes do descobrimento do Brasil, espanhóis da esquadra do Pizón já davam ciência das terras salineiras de Guamaré.
Durante a ocupação francesa no Rio Grande do Norte, Guamaré é citada em importantes mapas: o de Descaliers em 1555, o qual chamava de “Grande Baya” e o de Jacques de Vaullx, de Claye, em 1579, que a denominava de “Le Grand Bee Du Parcel” (A Grande Baía dos Parcéis).
1603 – Passagem por Guamaré, do Capitão Pero Lopes de Souza, sua família e soldados, quando fugiam da tentativa frustrada de colonizar o Ceará, passando pelas terras das salinas, salvaram-se comendo aratus crus e bebendo água nas cacimbas de “Água Maré”. Ao chegar ao Forte do Rio Grande, dá ciência ao Capitão-mor Jerônimo de Albuquerque, dessa riqueza.
1605 – Em 20 de Agosto o Capitão-mor Jerônimo de Albuquerque doa as “terras salineiras de Guamaré”, aos seus filhos Antonio e Mathias de Albuquerque.
1611 – Quando foi realizado o “Auto do Traslado de Capitania do Rio Grande” – consta a sesmaria 85 – Guamaré, pertencente a Antonio e Mathias de Albuquerque, filhos do Capitão-mor e sendo considerado o que se tinha de mais valioso em terras na capitania.
1631 – Descoberta das Salinas de Guamaré pelos holandeses que aqui fundaram a “Huys de Woestyne” ou “Casa do Deserto”.
1783 – È fundada a Igreja de Nossa senhora da Conceição.
1833 – Guamaré pertenceu à comarca de Açu.
1834 – Foi Distrito de Paz de Angicos.
1837 – Envio da petição à Assembléia Legislativa, para criar a Vila Imperial de Guamaré.
1847 – Passou a ser jurisdicionado por Macau.
1962 – Em 07 de Maio, emancipa-se, tornando-se município autônomo.
HISTÓRIA DO MUNICÍPIO:
Guamaré, tendo a origem de seu nome pela unção das palavras água-maré, por estar localizada às margens dos rios Aratuá e Miassaba, recebeu a presença do homem branco nos idos de 1603, quando o Capitão Pero Lopes de Souza, aqui aportou com sua esposa, seus filhos e soldados, sobreviventes da tentativa frustrada de colonizar o Ceará.
No ano de 1783, o português Francisco dos Santos, residente em Caiçara, construiu a Capela de Nossa Senhora da Conceição, em gratidão por ter conseguido salvar-se juntamente com sua tripulação, de uma tempestade no alto-mar e aportando em Guamaré.
Guamaré já pertenceu ao município de Açu, passando para Angicos em 1833, de quem foi distrito de paz em 1834, tendo 201 moradores adultos. Em 1847 incluiu-se no território de Macau onde permaneceu mesmo quando houve a restauração de Angicos em 1850. Distrito de Paz de Macau em Agosto de 1873.
Em 06 de setembro de 1837, os moradores de Guamaré enviaram à Assembléia Legislativa uma petição pleiteando a criação da Vila Imperial de Guamaré e respectiva freguesia. As comissões de estatística, civil e criminal da Assembléia compostas dos deputados João Patrício da Silva Juba, Antônio Basílio Ribeiro Dantas, deram parecer contrário, por serem de lugares despovoados, exceção da povoação. Parecer aprovado no dia seguinte. Quando os macauenses voltaram a pleitear a independência administrativa (Setembro de 1847), Guamaré protestou.
Mas a tão sonhada Emancipação Política de Guamaré, somente tornou-se realidade em 07 de Maio de 1962, através da Lei Nº. 2.744, quando foi desmembrada de Macau, tornando-se um novo município do Rio Grande do Norte.
HISTÓRICO DA EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DE GUAMARÉ
O município de Guamaré, localizado no litoral norte potiguar, pertenceu à jurisdição dos municípios de Açu, Angicos e Macau. A sua Emancipação Política teve como propositor o Deputado Veras Saldanha e como relator o Deputado Jácio Fiúza, que através do Processo 071/62 defenderam na Assembléia Legislativa a liberdade sonhada pelo povo dessa terra, que já buscava há muito sua independência.
A Lei 2.744 que criou o município de Guamaré foi aprovada no dia 01 de maio de 1962 e sancionada pelo Governador Aluízio Alves no dia 07. Sua publicação deu-se no Diário Oficial em 09 de maio de 1962.
O Governador do Estado nomeou no dia 10 de dezembro de 1962, conforme o Art. 3º da Lei 2.744, o Sr. João Batista Carmo, como Prefeito do Município de Guamaré, o qual foi empossado no dia 11, na Secretaria do Interior e Justiça de Natal. João Batista do Carmo governou Guamaré, até 30 de janeiro de 1964 quando deu posse ao primeiro Prefeito Constitucional eleito pelo voto popular, Luiz Virgílio de Brito.
ECONOMIA DO MUNICÍPIO:
A presença da Petrobras em Guamaré foi fator fundamental para o seu desenvolvimento. Para o Pólo Industrial de Guamaré, converge todo o óleo e gás produzidos na Plataforma Continental do RN e grande parte da produção terrestre.
Atualmente, a Refinaria Potiguar Clara Camarão mantém uma unidade de processamento de gás natural, uma planta de diesel, uma planta de querosene de aviação. O Pólo de Guamaré abastece o Rio Grande do Norte e parte de outros estados com esses três combustíveis e gás de cozinha. Ainda no Pólo de Guamaré, está a Estação de Compressores de Ubarana – ECUB.
Nesta Estação, o gás é recebido, tratado e enviado através do Gasoduto Nordestão, para a cidade pernambucana de Cabo, alguns distritos industriais do Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. No Pólo estão instaladas duas estações de tratamento de efluentes, cuja finalidade é tratar a água descartada dos processos industriais lá existentes.
A Petrobras ainda está desenvolvendo a implantação de uma refinaria de bio-combustível, onde será extraído o óleo a partir do fruto da Mamona.
A pesca ainda é uma atividade movimentada em Guamaré. Com o apoio da Colônia de Pescadores, o pescado abastece não só o município de Guamaré, como também é vendido para outros municípios. Há abundância de mariscos, siris e caranguejos nos rios de Guamaré.
O comércio local conta com supermercados, mercearias, feiras livres, farmácias, postos de gasolina, lanchonetes, sorveterias e restaurantes. No que diz respeito à vida noturna, existem alguns bares na orla marítima que funcionam para o lazer dos visitantes e moradores local.
GEOGRAFIA DO MUNICÍPIO:
Tendo como principal fonte de renda a extração do petróleo, o município de Guamaré está situado em uma área praticamente virgem, onde a natureza preserva todo o seu esplendor. São 165 km partindo de Natal até o coração da costa salineira do Rio Grande do Norte.
O visitante vai encontrar 12 km de praias entrecortadas por rios, mangues e dunas, sem falar no espetáculo oferecido pela integração de quatro ecossistemas: o mar, as dunas, a caatinga e o mangue.
POPULAÇÃO: 12 431 hab. IBGE/2010
ÁREA: 278,6 KM2
TEMPERATURA: A média fica entre 28°C a 29°C.
HIDROGRAFIA: Guamaré tem a sua sede banhada pelos Rios Aratuá, Miassaba e Camurupim, mas possui praias banhadas pelo Oceano Atlântico. Possui as Ilhas do Presídio (Oceânica e Fluvial), Casqueira (Fluvial) e Ema (Fluvial).
FLORA: A área litorânea é rodeada de belos manguezais e no interior, prevalece a caatinga.
LIMITES: Localizada na Região Salineira do Rio Grande do Norte, Guamaré limita-se ao Norte com o Oceânico Atlântico, ao Sul com o município de Pedro Avelino, a Leste com o município de Galinhos e a Oeste com o município de Macau.
ACESSO RODOVIÁRIO: Para sair de Natal rumo a Guamaré, o acesso é a BR 406 seguindo até o distrito de Baixa do Meio, onde se entra à direita e segue-se à Rodovia RN 227 que termina no município de Guamaré.
ACESSO MARITIMO: Guamaré é um porto marítimo pela sua natureza, como vimos no histórico do município. Através de seus rios Aratuá, Miassaba e Camurupim, navegáveis, Guamaré recebe embarcações de pequeno e médio porte, como: barcos a vela, barcos a motor, lanchas e rebocadores usados pela Petrobras, sendo o seu porto, veículo de embarque e desembarque de passageiros e cargas para as plataformas de petróleo. O passeio turístico pelo mar é realizado tanto para a Praia do Presídio, como para o município de Galinhos, através do trapiche, local de embarque e desembarque de passageiros com destino a passeios.
CALENDÁRIO DE EVENTOS TURÍSTICO DO MUNICÍPIO:
Aprovado pela lei 370/07.
SÃO SEBASTIÃO: Padroeiro de Baixa do Meio (20 de Janeiro).
VERÃO VIVO: Quatro semanas que antecedem o Carnaval.
CARNAVAL: Fevereiro ou Março.
SÃO JOSÉ: Padroeiro do Distrito de Lagoa Doce (19 de Março).
PAIXÃO DE CRISTO: 40 dias depois do Carnaval.
EMANCIPAÇÃO POLÍTICA: 07 DE Maio.
COROAÇÃO DE NOSSA SENHORA: 31 de Maio.
SÃO JOÃO: De 10 a 30 de Junho na sede e nos distritos.
VAQUEJADA DE MANGUE SECO: 2ª quinzena de Julho.
NOSSA SENHORA DOS NAVEGANTES: 15 de Agosto (Comemorado na última semana de Agosto).
CRIAÇÃO DO DISTRITO DE BAIXA DO MEIO: 26 de Outubro.
NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO: Padroeira de Guamaré (08 de Dezembro).
AUTO DA CONCEIÇÃO DE GUAMARÉ: 08 de Dezembro.
NATAL: 25 de Dezembro (Comemorado na sede e nos distritos).
HOMENAGEM DE GONZAGA FILHO À SUA QUERIDA GUAMARÉ
EU VOLTEI
Gonzaga Filho
Eu voltei.
Retornei a terra das minhas raízes,
Ao berço dos meus avós.
Eu voltei para Guamaré
A procura da minha infância perdida
No cais de madeira que já não existe,
Nos ranchinhos de palhas
Pobres moradas de pescadores.
Já não existe mais
As brincadeiras de criança,
Bandeirinha, caboré, tica-cola,
Os cavaletes de tela e o jogo de bola.
Onde estão os coqueiros de Tia Ana,
Os meus sonhos de amor com Pollyana.
Não existe mais as festas tradicionais
As serestas, cantigas de violas.
O tempo passou
E tudo acabou,
Nada resta nesta terra.
Nem mesmo os ranchos de pescaria
Para salgar dourado e voador
Sobreviveram ao progresso
Esse grande destruidor.
Mas eu voltei
E da minha mente
E do meu coração
Jamais serão destruídas
Minhas doces recordações.
Guamaré – RN
15 – Nov. – 1990.
BRANCAS PIRÂMIDES
Gonzaga Filho
Contemplei as pirâmides do Egito
Com a Esfinge de Gisé sufocando o grito
Mas as mais belas pirâmides que eu vi
São as brancas da terra em que eu nasci
Guamaré tem sua riqueza
A alvura das salinas é uma beleza
Terra rica de um povo pobre
Mas de honestidade um sentimento nobre
Eram brancas feitas de sal
Postadas na entrada de Macau
Fonte de renda para o salineiro
Macau já foi terra do dinheiro
Na região dos lagos no Rio
As pirâmides estão em Cabo Frio
Terra do meu infinito devaneio
Eu a conheci em um veraneio
Como é lindo meu Brasil
De monumentais belezas mil
País com imensa dimensão
Mas que cabe dentro do coração
GUAMARÉ
Gonzaga Filho
Como o tempo corre depressa
Na correnteza do Rio Aratuá
Levando embora minha meninice
Fazendo-me hoje recordar
Das minhas alegres travessuras
Com Polyanna-Menina a brincar
Tempo feliz que passou
O que eu vivi em Guamaré
Eu e o finado Botinho
Que era o meu primo de fé
Éramos companheiros de aventuras
Para nós não existia marcha ré
Tia Luiza Barbosa era tão boa
Tia Baíca, mãe de Luiz
Homem de coração bom
Mas de cabelos no nariz
Nem mesmo em sua Guamaré
Conseguiu ele ser feliz
Tia Ana Bahia e Tia Antônia de Abílio
Finado Jairo, Sapatão, Zé Bolinha e Lampião
Saudades eu tenho das peladas
Que com eles só terminavam em confusão
Saudades de Mazinho de Iva
Que é um grande amigão
Mário de Lucila e Nêgo Gerson
Os nossos mergulhos no Minhoto
Erivan de Rosemiro, Naldinho, Tontom e Ronaldo
Eta sujeitinho mega-escroto
Biratan e Barrão bons sujeitos
Mas a bebida os colocou no esgoto
Em Guamaré fui tão feliz
Ao lado de minha mãe, João e Severino Calixto
Foi lá que dei vazão aos meus sentimentos
E ao tempo e a idade eu resisto
E é por amor a velha Ilha dos Gatos
Que hoje eu sei que existo
Vivi muito tempo no Bar do Careca
Participei de muitas confusões
Bastinho e minha irmã Maria
Acolheram-me com seus corações
E no bar eu era um leão-de-chácara
Expulsando do forró os valentões
Foi na seresta no Bar de Dedé de Célia
Bem em frente à prefeitura
Na noite de 04 de agosto de 89
Que nasceu em uma noite escura
O amor entre eu e Leda
Que conheci como uma doce criatura
Guamaré das minhas alegrias
Guamaré das minhas felicidades
Guamaré das minhas fantasias
Guamaré das belas tardes
Guamaré cidade que eu amo,
Para mim a mais bela das cidades.
MEMÓRIAS ESQUECIDAS
Gonzaga Filho
Foram esquecidas
As coisas que marcaram
Um passado recente.
Quem recorda da Elsa,
Uma barcaça que colocou
As primeiras pedras da construção
Do cais da Petrobrás?
Alguém lembra que o prefeito da época
Era ninguém menos que Moisés?
Quem se recorda do sabor das águas
Das cacimbas da Penha?
Alguém ainda lembra como se usava o galão
Para botar água de ganho?
Alguém lembra onde eram os campos
De futebol e onde batíamos pelada?
E do Barraco de Lampião alguém recorda?
Pessoas como “Bajara”, “Botinho”, Jairo, Daniel,
“Kia Bordo”, Sebastião Carpinteiro,” Bodete”,
“Pau Veio”, “Pau de Sombra”, alguém sabe quem
Foram essas pessoas que já partiram?
E as epopeias do “Galo”, tem alguém que saiba
Ao menos uma história sobre ele?
E da “máquina de jogar futebol”, o Grêmio,
Sob a batuta do “maestro Chico Longo”,
Alguém ainda sabe a escalação?
Tempo bom aquele em que fazíamos tela
De corvos para a pesca da lagosta.
Botávamos os cavaletes debaixo dos coqueiros
De nossa Tia Ana Bahia.
Eu me recordo de todas as memórias esquecidas
Lembro até das furadas dos carrapichos
E dos espinhos Cabeça-de-Boi,
Que eram tão comuns em nossa cidade.
Onde estão as Rosas-Cera que soltavam
Suas sedas ao sabor do vento?
Eu me recordo dos conselhos de Tia Baíca,
Tia Luiza Barbosa, Tia Antônia de Abílio.
Tempo bom era quando pisávamos em areia
E não nessa crosta asfáltica quente e negra,
Que um crime chamado “progresso”
Trouxe até nós, reles mortais.
Estou falando do doce passado de Guamaré.
DO PORTÃO DO MEU QUINTAL
Gonzaga Filho
O rio corre mansamente em busca do mar
O sol já se prepara para dormir
É hora de a lua despertar
Para com seu lindo brilho surgir
E com sua beleza encantar
Fazendo a fria tristeza sumir
Vejo a sombra escura do manguezal
Com suas aves a se agasalhar
Um burburinho infernal
E o meu peito a cantar
Exultando essa beleza fenomenal
Que somente Deus foi capaz de criar
O Rio Miassaba vai secando
Com suas águas prateadas
As tainhas vão saltitando
Sobre as canoas fundeadas
Ondas vão se formando
Sobre as croas cobreadas
Passa um filme em minha mente
Vejo a minha infância vivida
Banhando-me nessa água corrente
Não tinha ainda a alma ferida
Vivia a vida freneticamente
Sem preocupar-me com a vida
Do portão do meu quintal
Eu vejo a beleza que partiu
E uma lágrima com gosto de sal
No meu triste rosto surgiu
Voltei à vida real
A minha felicidade sumiu
MIRAGEM
Gonzaga Filho
Na hora do ângelus.
O sol esconde-se no horizonte.
Maré de vazante.
Sento-me na areia da praia salpicada por conchas de búzios, fico a observar o Rio Aratuá seguindo lentamente com sua majestosa correnteza, entre o cais e o mangue.
Rio bonito. Rio Aratuá indo em busca do grande encontro com as belas ondas do mar, não sem antes beijar as areias da Praia do Presídio estendida ao seu lado, demonstrando toda a sua beleza e sensualidade.
Ao longe ouço a Ave Maria de Gounod. Sons melodiosos que vem de algum rádio, de alguém que acredita nos seres celestiais.
Escurece e o céu é ornado pelo dourado das estrelas, o som das marolas batendo nos costados das canoas e dos barcos de pesca que estão ancorados no rio. Torna-se um cenário melancólico, é como se Manet tivesse pego os seus pincéis e tivesse pintado tão belo quadro.
De repente transporto-me a um passado não um tanto remoto; época em que meus avós e meus tios desfrutavam da vida de uma Guamaré, pacata vila de pescadores.
Época em que o progresso não tinha interferido na vida dos nativos. Todos se conheciam e participavam das festas e folguedos existentes na cidade e organizados pelos próprios moradores.
É como se eu estivesse vendo Guamaré ainda virgem, intocada, sem o cais de pedra da Petrobrás e que tinha a beleza natural dos manguezais preservada, rios sem poluição, as belas dunas da Penha onde íamos pegar água de beber em suas cacimbas de águas cristalinas.
Ao invés de lanchas e rebocadores barulhentos, lançando fuligem e fumaça de óleo diesel no céu de minha cidade; tínhamos os botes da aguada, os botes de pescaria carregados de Voadores e Dourados, singrando silenciosamente o rio até o atracadouro em frente à Igreja de Nossa Senhora da Conceição.
Ah! Guamaré, quantas mudanças.
Perdeu o charme e o romantismo de cidade pequena, com o bate papo na calçada do mercado e deu lugar a uma mistura de sotaques de diversas regiões do Brasil e até mesmo de outros países. Ninguém se cumprimenta mais, os costumes e as tradições do seu povo feliz e hospitaleiro estão se perdendo no tempo e dando lugar a novos costumes e novos conceitos de vida trazidos pelos “forasteiros” que invadem a cidade em busca de uma melhor condição de vida.
Guamaré, o eldorado petrolífero.
Guamaré, antiga ilha dos gatos.
Guamaré que já se chamou Aguamaré, mas que apesar de tantas mudanças, eu continuo te amando, pelas belezas dos teus rios e manguezais e pela forma simples dos teus filhos conciliarem toda essa transformação tão abrupta.
De repente, um idiota estaciona em frente ao Bar do Cobal, abre a mala do carro e coloca um CD de axé-music aumentando o volume ao máximo, me tirando dos meus devaneios e, a minha Guamaré tão querida que eu gostaria que ainda existisse, sumiu, desapareceu como miragem, trazendo-me a realidade.
Levanto-me e caminho em direção ao calçadão.
Caminho cabisbaixo sobre as negras serpentes asfáltica em que se transformaram as ruas de Guamaré.
MINHA HOMENAGEM AOS 50 ANOS DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DE GUAMARÉ
DE 07/05/1962 À 07/05/2012
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