RESPOSTA AOS E-MAILS RECEBIDOS

 Estou de volta depois de um período conturbado em minha vida, a perda do meu velho foi muito dolorida e fiquei ausente durante todos estes dias, pensando no real significado da vida.

Hoje voltei a postar e logo depois recebi vários e-mails me perguntando o porquê do meu silêncio em relação a tudo que estava acontecendo em Guamaré.

A minha resposta é a seguinte:

Primeiro: Ao Senhor que se identificou como Pereira da Silva, que acredito que seja um nome fictício que usou apenas pelo fato de não querer ser mais um anônimo, e que me critica pelo fato de eu não escrever sobre os acontecimentos políticos da cidade, eu somente tenho a dizer que eu não tenho que está atirando pedras em ninguém, e que a minha resposta será na urna no dia da eleição, levará o meu voto àquele que realmente merecer independentemente de nome, partido, cor ou credo e acredito que todos deveriam ser sinceros e honestos na hora de votar.

Segundo: Sobre o assassinato de Fia, eu seria mais uma voz perdida no meio de tantas, pois a impunidade é um fato concreto em nosso país, a polícia faz a sua parte prendendo o assassino, mas a “justiça” com suas brechas nas leis levam a impunidade, deixando um assassino à solta rindo da cara dos familiares da vítima.

A minha revolta é tanta, que sempre fui contra a pena de morte em nosso país, mas em um caso como o que aconteceu com Fia, eu repensei os meus conceitos de justiça e acredito que este assassino de nome Cleiton, merece sim, ser punido com uma pena capital, mas de um forma lenta, onde ele pudesse sentir as dores e o seu sofrimento aumentasse a cada segundo. Essa é a resposta ao e-mail da senhora Maria do Socorro.

Terceiro: Em resposta ao nosso amigo Renato Martins dos Santos, eu gostaria de dizer que a minha indignação é enorme quanto ao corte da Algaroba em frente à Igreja Nossa Senhora dos Navegantes, que preferi ficar em silêncio.

Mas, como fui solicitado a falar sobre o assunto, aqui está o resumo da minha indignação.

Aquela Algaroba tinha mais de cinquenta anos, portanto, teria que ser protegida por lei, ela foi plantada por meu pai Severino Calixto e ali naquele local era o curral onde ele criava o gado dele, todo aquele espaço ao redor era o campo de futebol onde batíamos as nossas peladas.

Aquela Algaroba, além de dar abrigo a tantas aves silvestres que se agasalhavam em seus galhos, também deu muita sombra aos pescadores que remendavam suas redes e tarrafas debaixo de suas galhadas, como também, já foi palco de apresentações culturais como o Festival de Cultura Popular do Rio Grande do Norte – Guamaré, realizado durante os festejos de Nossa Senhora dos Navegantes no ano de 2006.

Aquela Algaroba precisava ter sido protegida pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, pois uma cidade como Guamaré, precisa ser arborizada, é necessário se preservar e nunca destruir a nossa vegetação, a árvore em questão, o único crime que cometeu foi o de nos proporcionar sombra e frescor em um clima tão quente como é o clima de Guamaré, mas infelizmente, não sei se por falta de uma legislação ou se falta de preparo de secretários e assessores, nada foi feito para impedir um ato tão brutal.

Ao saber da violência cometida contra aquela Algaroba, eu liguei para a Secretaria Municipal de Obras e Urbanismo e a resposta que tive é que não sabiam de quem tinha partido a ordem para tal arbitrariedade, me recomendaram procurar a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, então liguei e fui atendido de forma educada por uma funcionária, que me informou que estavam sabendo também porque alguém tinha ligado denunciando o fato e pelo que ela sabia, a ordem tinha partido da Secretária de Administração, a senhora Tércia Raquel.

Aí fica a minha pergunta no ar: Desde quando a Secretaria Municipal de Administração tem o poder de mandar cortar árvores? Ou será que é uma invasão de poder de uma secretaria sobre outra? Será que esses secretários não poderiam ter sentado e conversado com a população e exposto o problema da Algaroba, se é que ele existia?

O golpe foi duro para mim, enterro o meu pai no domingo e na segunda feira eu vejo assassinarem um patrimônio de todos, de um valor sentimental enorme para a família e de grande utilidade para o meio ambiente da nossa cidade.

Infelizmente é assim que as coisas funcionam aqui em Guamaré, é a lei da ditadura, eu faço o que quero e quem quiser que se dane... E não reclame ou serás punido.

Fica aqui as minhas respostas aos e-mails recebidos e a prova da minha indignação, mas com a certeza de algum dia isso mudará e verei a minha cidade ter o que merece de verdade.

Luiz Gonzaga de Oliveira Filho

Editor do Blog Guamaré Desperta

Editor do Blog Celeiro de Talentos