Navio de guerra britânico será enviado à ilhas reivindicadas pelos argentinos
A Argentina pediu nesta terça-feira à Grã-Bretanha "mais diplomacia" e "menos armas", depois de Londres anunciar que enviará um navio de guerra às ilhas Malvinas, arquipélago sob domínio britânico desde 1833 e cuja soberania é reivindicada por Buenos Aires. "A Argentina rejeita a tentativa britânica de militarizar um conflito sobre o qual as Nações Unidas já indicaram que ambas nações devem resolver em negociações bilaterais", disse a chancelaria argentina em comunicado.
Nesta terça-feira, o governo britânico anunciou uma visita do príncipe William às Malvinas e o envio do navio Dauntless às ilhas, a embarcação de escolta mais moderno da Marinha Real britânica. O vice-ministro das Relações Exteriores britânico, Jeremy Browne, declarou que "a soberania das ilhas não é negociável", repetindo uma afirmação do premiê David Cameron, e afirmou que serão dados "os passos necessários para garantir a segurança" do arquipélago.
Em comunicado intitulado "Mais diplomacia, menos armas", Buenos Aires disse que o príncipe William "chega às ilhas Malvinas como membro das forças armadas de seu país". 'O povo argentino lamenta que o herdeiro real chegue ao solo pátrio com o uniforme de conquistador e não com a sabedoria de estadista que trabalha a serviço da paz e do diálogo entre as nações', assinala a nota oficial.
A Argentina considera que "os governos devem evitar a tentação de envolver-se nos discursos que recorram ao falso patriotismo a fim de distrair a atenção pública de políticas econômicas de ajustes em um contexto de crise estrutural e alto desemprego". "Os organismos internacionais, assim como os países democráticos, devem trabalhar diariamente para evitar que os conflitos armados substituam às negociações civilizadas para a resolução de conflitos", frisou o governo de Cristina Kirchner.
Pacifismo – O comunicado oficial lembra que a Argentina, que entrou em guerra com a Grã-Bretanha pelas Malvinas há 30 anos, é um membro "ativo" das missões de paz da ONU. "Não há soldados argentinos em nenhum conflito bélico. Pelo contrário, são reconhecidos por seu papel de enviados das Nações Unidas como ferramenta de pacificação", salientou a o Ministério das Relações Exteriores argentino.
Buenos Aires enfatizou ainda que a Grã-Bretanha é um membro permanente do Conselho de Segurança da ONU e que "sua insistência em rejeitar as resoluções do máximo organismo mundial o coloca entre os países que, ao ignorar suas recomendações, debilitam a diplomacia e aumentam o risco de mais guerras".
Desde o final do ano passado, a tensão em torno da disputa pela soberania das Malvinas aumentou, após Brasil, Argentina e Uruguai anunciarem, durante a 42ª Cúpula do Mercosul, em Montevidéu, que iriam impedir a presença de barcos com bandeira das Ilhas Malvinas em seus portos.
(Com agência EFE)
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