terça-feira, 1 de novembro de 2011

MARIA, MINHA MÃE, SAUDADES...



A sombra alongada que a seguia
Esforçava-se para o corpo acompanhar
Era meio dia e o asfalto quente ardia
E a sombra cansada a suar
Não sabia se voltava ou se prosseguia
Naquele triste caminhar

O cortejo seguindo em oração
Em direção ao campo santo
Enquanto o silêncio de um coração
Provocava alarido e pranto
Um corpo querido no caixão
Ouvindo em forma de louvor um canto

A sombra a seguia calmamente
Com paciência e amor
Sendo que o seu peito doente
Estava cheio de dor
Lágrimas escorrendo suavemente
Provocando na alma um leve ardor

Hoje o corpo repousa em campa fria
As lágrimas de todos já secaram
Restam as recordações de Maria
E de todos aqueles que choraram
Onde está a dor que ardia
Onde estão aqueles que se desesperaram

Um anjo veio e levou Maria
E alegre a acolheu em sua morada
Ela hoje vive em plena harmonia
Na terra sua missão estava terminada
E para esta sombra é pura alegria
Saber que com Deus
Ela, Maria está amparada.

(*) Poesia extraída do livro:
Guamaré, Retalhos Poéticos
Autor: Gonzaga Filho

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