“As nossas (vitórias) vão da extrema falta de perspectiva, do máximo sofrimento, da crueldade, ao êxtase, ao épico, ao apoteótico. Tudo junto, quase sem fronteiras entre esses opostos.” As frases acima são algumas das muitas citações do dramaturgo, jornalista e escritor Nelson Rodrigues sobre o Fluminense. Já falecido, o tricolor ilustre deixou a herança da paixão pelo clube. A paixão que foi além, que se tornou quase que uma visão do futuro. Afinal, em algum momento da história do clube as palavras se encaixariam tão bem quanto no atual?
Acreditando ou não em destino, predestinação ou vidência, o fato é que a história a seguir tem capítulos reais, por mais que beire a ficção científica, a criatividade hollywoodiana. Poucos torcedores apostariam em um ano tão feliz em 2010 após a quase catástrofe de 2009. Para quem chegou a deixar escapar lágrimas com o possível quarto rebaixamento da história do clube, ver a equipe conquistar o bicampeonato foi o mesmo que sair do cruel para o êxtase, como dizia Nelson Rodrigues.
- Acho que isso amadureceu muito o time porque esse tipo de situação torna a pessoa forte. Não se mudou muito. A maioria dos jogadores está aí. Foi fundamental a arrancada. Acharam o caminho. O grupo é muito fácil de trabalhar, o segredo é a vontade de vencer. Não existe coisa melhor do que um Campeonato Brasileiro - disse o treinador, que em 2009 estava no outro extremo da tabela de classificação e viu o seu Palmeiras deixar escapar um título que parecia certo.
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