Aumento na expectativa de vida faz com que ele demore para sair do mercado de trabalho
Os brasileiros com idade a partir de 50 anos terão que trabalhar e contribuir mais com a Previdência Social para recuperar as perdas com a aposentadoria, com aumento da tábua de mortalidade divulgada nesta quarta-feira (1º) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Isso porque a expectativa de vida do brasileiro alcançou 73,17 anos, uma aumento de 3 meses e 22 dias em relação a 2008. Com isso, os homens com 56 anos e 36 anos de contribuição terão as maiores perdas: R$ 12,74 na aposentadoria, caso de um salário médio de R$ 2.000 – valor aproximado da renda atual do trabalhador. As mulheres, com a mesma idade e tempo de contribuição, teriam perdas ainda maiores, de R$ 14,64.
O cálculo feito pela Conde consultoria leva em conta as regras atuais da Previdência Social, que estipula a idade mínima para o pedido de aposentadoria: para os homens, 60 anos de idade e 35 de contribuição e para as mulheres 55 anos de idade e 30 de contribuição.
Segundo o consultor André Conde, os trabalhadores com essa faixa etária e rendimento devem ter que trabalhar entre 1 a 2 meses a mais para conseguir o benefício.
- Mesmo assim, ele vai conseguir somente cerca de 70% do valor da renda atual. Somente se ele trabalhar mais sete anos é que terá a aposentadoria integral [...] Vale ressaltar que o fator previdenciário (fórmula usada para calcular a aposentadoria) é feito com base em 80% dos maiores salários do trabalhador.
O fator previdenciário é uma fórmula matemática criada em 1999 pelo governo para ser aplicada no cálculo das aposentadorias por tempo de contribuição. Na aposentadoria por idade o fator pode ser usado se aumentar o valor do benefício. Baseia-se em quatro elementos: alíquota de contribuição, idade do trabalhador, tempo de contribuição à Previdência Social e expectativa de sobrevida do segurado .
Para Rafaela Cassetari Savaris, advogada especialista em previdência do IDBP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário) a dificuldade dos brasileiros cinquentões em conseguir a aposentadoria faz com que ocorra a “desaposentadoria” – quando o trabalhador dá entrada no benefício, mas volta para o mercado de trabalho. Atualmente, o governo estima que 500 mil aposentados continuem trabalhando e contribuindo com a Previdência Social.
- É uma tendência [do aposentado] ir para a informalidade, já que zera todas as contribuições. O fator veio para que o trabalhador continue no mercado de trabalho, mas isso acaba não ocorrendo já que ele prefere usar o benefício como um complemento da renda.
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