Foram esquecidas
As coisas que marcaram
Um passado recente.
Quem recorda da Elsa,
Uma barcaça que colocou
As primeiras pedras da construção
Do cais da Petrobrás?
Alguém lembra que o prefeito da época
Era ninguém menos que Moisés?
Quem se recorda do sabor das águas
Das cacimbas da Penha?
Alguém ainda lembra como se usava o galão
Para botar água de ganho?
Alguém lembra onde eram os campos
De futebol e onde batíamos pelada?
E do Barraco de Lampião alguém recorda?
Pessoas como “Bajara”, “Botinho”, Jairo, Daniel,
“Kia Bordo”, Sebastião Carpinteiro,” Bodete”,
“Pau Veio”, “Pau de Sombra”, alguém sabe quem
Foram essas pessoas que já partiram?
E as epopéias do “Galo”, têm alguém que saiba
Ao menos uma história sobre ele?
E da “máquina de jogar futebol”, o Grêmio,
Sob a batuta do “maestro” Chico Longo,
Alguém ainda sabe a escalação?
Tempo bom aquele em que fazíamos tela
De corvos para a pesca da lagosta.
Botávamos os cavaletes debaixo dos coqueiros
De nossa Tia Ana Bahia.
Eu me recordo de todas as memórias esquecidas
Lembro até das furadas dos carrapichos Cabeça-de-Boi,
Que eram tão comuns em nossa cidade.
Onde estão as Rosas-Cêra que soltavam
Suas plumas ao sabor do vento?
Eu me recordo dos conselhos de Tia Baíca,
Tia Luiza Barbosa, Tia Antonia de Abílio.
Tempo bom era quando pisávamos em areia
E não nessa crosta asfáltica quente e negra,
Que um crime chamado “progresso”
Trouxe até nós, reles mortais.
Ah! Saudades do doce passado de Guamaré.
Gonzaga Filho
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