O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, foi à Câmara nesta quinta-feira (10) para prestar esclarecimentos sobre acusações de irregularidades na pasta.
Lupi negou que tenha desafiado a presidente Dilma Rousseff ao declarar que só deixa o governo “abatido por bala” e que quis rebater o que chamou de “onda de denuncismo”.
Ontem, ele disse duvidar que a presidente o demitisse da pasta.
- Duvido que a Dilma me tire, ela me conhece muito bem, disse na ocasião.
- Para me tirar só abatido a bala – e precisa ser bala forte porque eu sou pesadão, completou.
Lupi negou hoje que seja “a bola da vez”.
- Só se for a bola sete, que é a bola que dá a vitória, explicou ele na abertura do encontro sobre estratégia de inclusão produtiva urbana do programa Brasil sem Miséria.
O ministro afirmou ainda que o assunto está superado e que todos os esclarecimentos já foram prestados ao seu partido, o PDT, e à imprensa.
- A gente já deu as respostas que tinha que dar, apresentei os documentos, o procurador-geral da República já se pronunciou. Agora, estou aqui para trabalhar.
Em depoimento à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, nesta quinta-feira, ele recuou para tentar se manter no cargo – mas cometeu um novo excesso ao tentar agradar a chefe: “Eu gosto de fazer o debate, às vezes exagero”, afirmou. “Peço desculpas públicas. Presidente Dilma, me desculpe, eu te amo”.
O pedetista também garantiu ter aumentado o rigor sobre repasses a organizações não-governamentais (ONGs) e tentou se descolar das graves revelações feitas por VEJA a respeito da cobrança de propina dentro da pasta: “Se alguém fez algo no Ministério do Trabalho é individual e que pague”, disse.
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Um ministro de estado se referir à Presidente como “Dilma”, numa entrevista coletiva, não é nada demais. Nem representa desrespeito ou falta de educação.
Está tudo de acordo com o cerimonial do Socialismo “Muderno”, onde “merda” e “sifu” são expressões que podem ser usadas em pronunciamentos oficiais.
O próximo ministro a ser demitido vai chamá-la de Tabaca de Aço em entrevista na televisão e ninguém ficará espantado.
Tudo isto está inserido naquele contexto encarnado do desembesto “ladeira abaixo” e do “quanto mais escrotidão mais representatividade popular”.
Agora, se eu fosse Dilma, eu não tiraria o ministro. Eu botaria.
Botaria uma bala calibre mão-de-pilão, com 97 polegadas de comprimento, bem no olho do furico dele.
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