quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

MINISTRO FERNANDO BEZERRA TEM UM BELO CURRÍCULO EM MATÉRIA DE IRREGULARIDADES.


Charge do Sponholz


Por: Carlos Newton
As denúncias não param mais, é um nunca-acabar. O ministro Fernando Bezerra, da Integração Nacional, mostra ter um currículo respeitável, em matéria de irregularidades, não há a menor dúvida.
Uma das denúncias diz que ele obteve em dezembro o adiamento da cobrança de uma dívida da Prefeitura de Petrolina com estatal ligada à pasta da Integração Nacional. A dívida era antiga. Quando prefeito de Petrolina (PE), Bezerra firmou convênio de R$ 23 milhões com a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba) para a construção de estações de tratamento de esgoto.
Por coincidência, é claro, Clementino era diretor de Infraestrutura da Codevasf e prorrogou a cobrança. A assessoria da afirma que prorrogações são “naturais” nesse tipo de procedimento, por envolver diferentes esferas administrativas e possibilidades de recurso. Segundo a estatal, “não cabe falar em nenhum favorecimento”.
Quando chegou a ministério, Fernando Bezerra então colocou o irmão na presidência da Codevasf, mas agora o nepotismo estava pegando tão mal que Clementino Coelho pediu demissão d o comando da estatal, segundo decreto publicado nesta terça-feira no “Diário Oficial da União”.
Bezerra responde a outras suspeitas de irregularidades cometidas durante seu mandato à frente da Prefeitura de Petrolina. Reportagem da Folha na segunda-feira mostrou que o ministro utilizou recursos públicos para comprar um mesmo terreno duas vezes, quando era prefeito.
O ministro também está envolvido em suspeitas de favorecimento ao seu Estado, Pernambuco, e ao seu filho, o deputado federal Fernando Coelho (PSB-PE), que teve todas as emendas destinadas à pasta liberadas.
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COMPRA EM REPRISE
O ministro Fernando Bezerra Coelho utilizou recursos públicos para comprar um mesmo terreno duas vezes, quando era prefeito de Petrolina (PE). A primeira compra ocorreu no final de seu primeiro mandato, em 1996, por R$ 90 mil. Na segunda, já em 2001, durante seu segundo mandato, pagou R$ 110 mil. Nas duas vezes, o dinheiro beneficiou o mesmo empresário, José Brandão Ramos, sob a mesma justificativa: transformar a área em um aterro sanitário.
O ministro admitiu, por intermédio de sua assessoria, que o terreno foi comprado duas vezes pela Prefeitura de Petrolina (PE), mas afirmou que foi induzido a erro pela gestão do prefeito Guilherme Coelho, seu primo, que o sucedeu em 1997, vejam só que grande família.
Detalhe: todos os Coelhos são filiados e representam o Partido Socialista Brasileiro. Quer dizer, com socialistas desse nível, quem precisa de capitalistas? São farinha do mesmo saco, como se diz no Norte/Nordeste.
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NO CONGRESSO, QUINTA-FEIRA
Em pleno recesso, o presidente do Senado, José Sarney, vai reunir a Comissão representativa do Congresso nesta quinta-feira para que Bezerra esclareça denúncias envolvendo sua atuação na pasta, como favorecimento ao seu Estado, Pernambuco, e também ao seu filho, o deputado federal Fernando Coelho (PSB-PE).
Na semana passada, deputados do PPS protocolaram requerimentos com o pedido de informações ao ministro. Outros dois requerimentos semelhantes foram anunciados pelos líderes do PSDB, Alvaro Dias (PR), e do DEM, Demóstenes Torres (GO). Os senadores também questionam Fernando Bezerra sobre supostas irregularidades que teriam ocorrido em sua gestão na Prefeitura de Petrolina (PE).
Na segunda-feira, o próprio ministro disse que entrou em contato com o presidente do Senado para ser convocado a dar explicações ao Legislativo sobre as denúncias recentes.
A comissão representativa do Congresso é composta por 18 deputados e oito senadores e representa o Legislativo durante o recesso parlamentar, que termina no dia 2 de fevereiro. A base aliada tem a maioria das cadeiras da comissão.

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