As costas curvam
As vistas turvam
As pernas não obedecem
Os desejos desaparecem
O peso é da idade
Não há tristeza nem felicidade
É a mão do destino
Lembrando que não é mais menino
É da casa o provedor
Mas ninguém o trata com amor
É a maior canalhice
Como é tratada a velhice
A vida adulta pesa demais
Ninguém lhe deseja mais
É tratado como um indigente
É como se o idoso não fosse gente
Tudo que fala aos outros irrita
E sem paciência não fala, grita
E em seu lugar só ouve e emudece
Quando aos poucos de depressão falece
(*) Poesia extraída do livro:
Guamaré, Retalhos Poéticos
Autor: Gonzaga Filho
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