ONGs e empreiteiras estão envolvidas nas denúncias de corrupção no governo, atingindo agora o ministério dos Esportes, como antes o ministério do Turismo, sem esquecer os Transportes, a Agricultura e até a Casa Civil. É a velha regra de não haver corruptos sem corruptores. O diabo está em que, apesar da defenestração de ministros e montes de funcionários, prevalece a impunidade relativa aos que superfaturaram obras, impuseram aditivos contratuais sem prestar os serviços contratados e distribuíram comissões e propinas, ficando com a maior parte dos recursos públicos.
A lógica e as evidências indicam a mesma prática em outros ministérios, ainda não denunciados, e em altos patamares da administração pública. Seria necessário atacar o mal pela raiz, ou seja, proibir toda e qualquer ONG de celebrar contratos com o governo. Ou não se intitulam entidades não-governamentais? Vão buscar dinheiro na iniciativa privada.
Ao mesmo tempo, cancelar a participação das empreiteiras flagradas em ilícitos e malfeitos na execução de obras e na prestação de serviços.
Só que tem um problema: se a presidente Dilma optasse por essas ações cirúrgicas, o país iria parar. Boa parte da economia é movida por esses dois pilares de sustentação das lambanças, obviamente que erigidos com o cimento da esperteza de partidos políticos, maus funcionários, grupos e quadrilhas encasteladas no poder. Numa palavra: sem a corrupção, viria de imediato a recessão.
Fazer o quê? Apelar para o Judiciário, aguardando a imediata apuração e punição de cada denúncia, seria sonhar acordado. Esperar que corruptos e corruptores abandonem suas práticas por medo da cadeia ou por arrependimento ético, outra ilusão. Arrancar do Legislativo profunda modificação nas leis, de modo a fechar as brechas por onde escoa a impunidade? Nem pensar.
Conclusão: Dilma precisa adotar a lição daquele velho Papa que ao ser abordado por um místico, informando haver o anticristo nascido em Roma, perguntou que idade tinha o rebento. Ao saber que estaria com três anos, respondeu: “então não é problema meu, mas do meu sucessor…”
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