segunda-feira, 16 de abril de 2012

ELETROCARDIOGRAMA PODE PREVER ATAQUE CARDÍACO EM IDOSOS SAUDÁVEIS


Resultados anormais em eletrocardiogramas podem revelar
um risco até 51% maior de sofrer o ataque em oito anos

Um teste para medir a atividade elétrica do coração pode ajudar a prever futuros ataques cardíacos nos adultos saudáveis maiores de 70 anos. Essa é a conclusão de um estudo publicado nesta terça-feira no periódico Journal of the American Medical Association e realizado na Universidade da Califórnia em San Francisco, nos Estados Unidos. Segundo os pesquisadores, pessoas que apresentam anomalias em eletrocardiogramas, mesmo que pequenas, podem ter pelo menos 35% mais riscos de sofrer um ataque do coração em relação a indivíduos cujos resultados dos exames são normais.

Estudos anteriores já tinham comprovado que alterações nos eletrocardiogramas podem prever problemas cardiovasculares, mas este é um dos poucos direcionados a esta faixa etária. Geralmente, não se recomenda a realização de exames em adultos assintomáticos, o que pode mudar a partir desta pesquisa.
No estudo, os cientistas acompanharam 2.192 adultos saudáveis de 70 a 79 anos por um período de oito anos. Esses indivíduos se submeteram, no início da pesquisa, a um eletrocardiograma que mede o estado geral do coração.
Os pesquisadores concluíram que as pessoas que apresentaram anomalias em seus eletrocardiogramas tiveram um risco maior de desenvolver doenças cardíacas no curso do estudo do que as pessoas cujos ECG foram normais, inclusive depois que os cientistas ajustaram os fatores de risco como diabetes e colesterol alto. Aqueles que mostraram anomalias menores no primeiro exame tinham um risco 35% maior de sofrer um ataque do coração, enquanto aqueles com anomalias importantes tinham um risco 51% maior. "Esta pesquisa capta a informação de um eletrocardiograma e a soma a outros fatores de risco tradicionais para prever melhor quem vai ter um ataque do coração", diz Douglas Bauer, diretor do programa de pesquisa de medicina geral interna da divisão de San Francisco da Universidade da Califórnia e um dos autores do estudo.
Apesar dos resultados, os pesquisadores lembram que organizações como a Academia de Médicos de Família (American Academy of Family Physicians) não avalizam o uso rotineiro de ECG para a avaliação cardíaca de pacientes de baixo risco, citando os altos custos e a falta de evidências de que o exame permitiria melhorar os resultados de saúde. Philip Greenland, especialista da Faculdade de Medicina da Universidade Northwestern, afirmou em editorial que, enquanto não houver uma clara evidência de benefícios do procedimento, o melhor é que ele seja realizado em pacientes assintomáticos, independente de sua idade. "No entanto, uma análise detalhada e cuidadosa seria um passo útil para transformar a informação sobre o risco acumulado em uma recomendação para a prática baseada na evidência", afirmou.

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