O GLOBO
RIO – Morreu na noite de quarta-feira o cantor e compositor Dicró. Ele era diabético e tinha voltado de uma sessão de hemodiálise para casa, em Mauá (Magé), quando começou a passar mal. Sofreu um infarto e morreu num hospital em Magé, por volta das 23h, aos 66 anos.
Nascido em Mesquita, em 14 de fevereiro de 1946, Carlos Roberto de Oliveira, o Dicró, se especializou em sambas satíricos e com letras de duplo sentido, que retratavam de forma irônica o dia a dia do subúrbio e da Baixada.
Filho de uma conhecida mãe de santo da região, passou a infância na favela do bairro do Jacutinga. Seu apelido vem do tempo em que integrava a ala de compositores de um bloco de Nilópolis: ele assinava as músicas com as iniciais do nome C.R.O. Com o tempo, “De C.R.O.” virou Dicró.
Junto com Moreira da Silva e Bezerra da Silva, foi um dos principais sambistas da linha humorística. Em 1995 lançou ao lado dos dois o disco “Bezerra, Moreira e Dicró – Os 3 Malandros In Concert”, satirizando os tenores Luciano Pavarotti, Plácido Domingo e José Carreras.
O cantor era conhecido por vender seus próprios CDs numa banca de camelô no Largo da Carioca, no Centro de Rio de Janeiro. Comentarista de programas da Rádio Globo por muitos anos, chegou a fazer um quadro no Fantástico em 2010 que alcançou sucesso com seu jeito bem-humorado e espontâneo.
Dicró tinha na sogra a principal personagem de suas letras, mas também satirizava vários outros personagens do cotidiano carioca em músicas como São dele títulos como “Melô da galinha”, “Praia de Ramos”, “A vaca da minha sogra”, “Botei minha nega no seguro”, “Funeral do Ricardão” , “Olha a rima” e “Chatuba”.
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