quinta-feira, 26 de abril de 2012

AS CONSTANTES AMEAÇAS À LIBERDADE DE EXPRESSÃO



Nos últimos anos, dois crimes contra jornalistas foram destaques no RN. Em 2010, foi assassinado o jornalista F. Gomes. Em junho passado, Ednaldo Filgueira foi morto no município de Serra do Mel – as investigações mostraram o viés político do crime o prefeito Josivan Bibiano (PSDB) foi indiciado e chegou a ser preso como mandante.

Os dois crimes mostram como o conceito de liberdade de expressão é relativo no nosso estado. Nossa liberdade de nos expressarmos – mesmo a noção de liberdade de imprensa é relativa.

Como jornalista, já senti na pele a pressão pelo meu silêncio. No meu caso, ela partiu da Assembléia Legislativa – ou de alguém de lá – que pressionou a empresa em que trabalho. O processo terminou por me levar a uma punição disciplinar no trabalho – uma suspensão, que foi finalmente modificada para uma advertência escrita.

Semanas atrás o cartunista Amâncio foi demitido do jornal Tribuna do Norte, do deputado federal Henrique Alves (PMDB), por ter publicado uma charge denunciando a ingerência do primeiro-cavalheiro Carlos Augusto Rosado no governo do Estado: “Aqui quem manda sou ele”, diz a governadora Rosalba Ciarlini no desenho. Segundo consta, Carlos Augusto pediu a cabeça de Amâncio.
Na noite de obtém, um jornalista e blogueiro – Décio Sá – foi executado com três tiros em São Luís. Decio fazia cobertura de política e investigou vários casos de corrupção.

A morte de Décio alerta para esse cenário de violência, seja ela simbólica ou não. Atualmente, um jornalista – de quem ainda não tenho autorização de citar o nome – tem sido pressionado e ameaçado devido a qualidade de suas denúncias nos últimos casos de corrupção. Uma das ameaças foi o envio de um email descrevendo todas as suas atividades no dia a dia – e só.

Como nos preservar diante disso? Pergunta que deve interessar a toda sociedade – que precisa e merece ser bem informada. Com liberdade.

Nenhum comentário: