O vazamento de óleo de um navio militar estrangeiro que a marinha de guerra teve que tentar controlar nesta segunda-feira, 2, ontem, no porto de Natal, veio lembrar aos potiguares a necessidade de amplo investimento na montagem de um dispositivo capaz de agir preventivamente contra acidentes desta natureza e, pior ainda, incêndios de grandes proporções não apenas quanto a embarcações móveis quanto, principalmente, à estrutura fixa de extração de petróleo no litoral potiguar.
Esta é uma questão que, resguardadas as proporções, exige a presença constante no litoral de potiguar de frotas de embarcações especializadas no combate a sinistros semelhante às que foram vistas na tragédia do litoral dos Estados Unidos no golfo do México, há um ano, e têm feito falta no litoral do Leste brasileiro onde se encontra o filé do potencial nacional do segmento, a área do pré-sal, como se constatou no segundo episódio protagonizado pela empresa norte-americana Chevron.
O que houve em Natal, segundo a Capitania dos Portos, foi o aparecimento, logo no início da manhã de ontem, de uma mancha de óleo nas proximidades de onde se encontrava o navio de pesquisa da armada espanhola "Las Palmas". Deslocando uma equipe para o cáis, a repartição instalou barreiras de contenção em torno da área atingida e utilizou mantas absorvedoras para remoção do óleo da água, partindo da avaliação de que havia cerca de vinte litros do líquido boiando sobre a superfície do Potengí.
À parte a eficiência então demonstrada, resta a pergunta: se, em lugar de simples derramamento de óleo, houvesse ocorrido ali um incêndio, talvez a tripulação do navio espanhol tivesse que tentar apagar o incêndio sozinha, porque o porto natalense não conta com unidade do corpo de bombeiros, diferentemente do que existe na base aérea e do aeroporto Augusto Severo, em Parnamirim.
Este seria, porém, um sinistro na área mais estruturada do Rio Grande do Norte. Caso, entretanto, ocorresse um incêndio em plataforma de petróleo situada em alto mar, qual a estrutura de combate ao fogo que esta unidade federativa mobilizaria para enfrentá-lo? Com toda a certeza, o que fosse feito seria improvisado e em escala inferior ao monstro a ser combatido, porque, infelizmente, não há neste território sequer um helicóptero apto a participar deste tipo de ofensiva.
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