A implantação da reforma ortográfica da língua portuguesa está confusa no Brasil, na avaliação de professores que participaram de audiência pública na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE).
Vários livros não seguem o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp) da Academia Brasileira de Letras (ABL), que, por sua vez, não acompanha o acordo internacional assinado em 1990 pelos membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, disse Pasquale Cipro Neto.
— A adoção dessa reforma ortográfica foi um desastre. Dinheiro público foi jogado no ralo, porque os livros didáticos contêm muitas imprecisões e confusões — afirmou.
O idealizador do movimento Acordar Melhor, Ernani Pimentel, explicou que o Decreto 6.583/08 diz que o tratado internacional será executado e cumprido como prescrito em seu texto e que qualquer ato de revisão depende da decisão legislativa para produzir efeito. Entretanto, segundo ele, o Volp “desrespeita e altera o texto original” sem consultar o Congresso Nacional.
Um dos problemas básicos do acordo, na avaliação de Pimentel, é seu foro de discussão. Foram ouvidas apenas a ABL e a Academia de Ciências de Lisboa (ACL) “e ambas só têm um filólogo entre seus membros”. Ele disse que não foram consultadas instituições como a Academia Brasileira de Filologia, que existe desde 1943, e sugeriu a ampliação do debate para todos os que têm a escrita.
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