quarta-feira, 25 de setembro de 2013

ARTISTA POTIGUAR INOVA EM SUAS TELAS USANDO FIOS EM PINTURAS


Marcos Demelo é um homem magro, e suas roupas não denunciam o estereótipo artístico: nem largado demais, nem também com glamour. Apenas o detalhe do corte capilar dá algum sinal da sua veia artística.

O artista destaca que sempre teve vontade se tornar-se um homem da arte, mesmo sem a ciência para discernir durante a infância. “Eu tinha aquele desejo de entrar no mundo das artes desde criança”, disse. Quando mais velho decidiu estudar as artes, conhecer e aprimorar sua técnica. Para isso, desceu para o sul, em direção a São Paulo. Entretanto, na terra da garoa o sonho encontrou outras barreiras. Além de pagar um curso caro, também tinha a pensão onde vivia. Muitas contas para pouca grana. Desistiu. Voltou para o Rio Grande do Norte.

Embora sua história não tivesse dado certo no sudeste, em sua terra natal não deixou o sonho morrer e passou a estudar por conta própria, não só na busca por estilo e uma técnica próprios, mas também lia livros na busca por referências. Paralelamente, Marcos Demelo fez outros trabalhos, mas no que se fixou foi na produção de móveis rústicos, sendo esta, até hoje, a sua principal fonte de renda.

 O ARTISTA É UM DIFUSOR DO RECICLACIONISMO

Em sua casa começou a saga pela identidade artística. Ele destacou que há mais de 20 anos vem trabalhando para desenvolver o seu estilo, e há nove na sua técnica.

Marcos Demelo afirma ser um difusor do Reciclacionismo. A técnica consiste em, sobre a pintura, realizar contornos com o uso de fios telefônicos e de computação.

Embora não se enquadrando na mesma técnica, mas a arte com o uso de material reciclado já é conhecida, só para citar um exemplo, o documentário Lixo Extraordinário apresentou ao mundo o trabalho do artista plástico Vik Muniz, que produziu diversas obras usando o “lixo” do maior aterro sanitário do mundo, o Gramacho, no Rio de Janeiro.

Apesar disso, repito: a única semelhança entre os dois se limita ao uso de materiais recicláveis para a produção.

Ele afirma que começou a atentar a esta técnica quando leu um livro falando sobre o trabalho de Monet que se referia à tapeçaria, neste momento começou o seu estudo.  Seu estado criterioso para a avaliação do trabalho foram marcas para o amadurecimento da sua arte.

Esse trabalho de experimentos, como destacou, ia acontecendo enquanto pintava livremente. Entretanto, ao fim, não se enxergava naquela obra, e sim a cópia de outrem. O primeiro trabalho que o fez chegar onde queria foi a obra intitulada “O Pescador”, a qual pouco tempo depois foi comprado por uma mulher e levado para o Estados Unidos, segundo o artista.

Hoje, o homem que mora no bairro Brasil Novo, zona Norte de Natal, continua construindo móveis rústicos, enquanto vai pintando e trançando os fios. Enquanto falava, percebe-se que ele não vive na busca que as pessoas tenham a mesma opinião que ele sobre sua obra:

- O meu trabalho é enriquecedor.

Porém, a sua arte começa, como uma flor que passa dias e dias fechada, a se abrir para o Mundo. Se o leitor andar pela mesma Cidade Alta, onde essa entrevista aconteceu, poderá se deparar com as obras do artista em dois pontos. Caso esteja procurando por literatura de cordel, xilogravuras, velhas vitrolas o máquinas datilográficas na Casa do Cordel, propriedade de Abaeté, encontrará lá algumas obras de Marcos.

O outro ponto é o Bar de Nazaré, onde uma parte da boêmia natalense se encontra para beber e comer picadinho também tem quatro peças expostas, e disponíveis à venda. Com preços que variam de R$ 200,00 a R$ 1.000,00, o interessado pode levar os quadros para casa.

O artista também ressaltou sobre a importância de fazer o que se dá prazer em fazer. Com isso, o fruto do seu trabalho será melhor a cada dia..

(***) Leia a matéria na íntegra AQUI

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