Ferreira
Gullar (1930) é poeta, crítico de arte e ensaísta brasileiro. Abriu caminho
para a "Poesia Concreta", com o livro "Luta Corporal".
Organizou e liderou o movimento literário "Neoconcreto".
Ferreira
Gullar (1930) nasceu em São Luís, Maranhão, no dia 10 de setembro de 1930.
Iniciou seus estudos em sua cidade natal. No início da década de 60,
transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde participou do Centro Popular de
Cultura da extinta União Nacional do Estudante. Após a edição do A-I nº5, em
1968, Ferreira Gullar é preso e exilado em Paris e depois em Buenos Aires. Em
1977, é absolvido pelo STF e retorna ao Brasil.
A partir de
45 formou-se na poesia brasileira uma nova geração, denominada neomodernista ou
pós-modernista, reagindo contra o "trivial e o supérfluo", cuja ideia
foi divulgada na revista “A Ilha”. Ferreira Gullar iniciou sua obra sob os
princípios da poesia concreta, logo renunciando os vanguardistas de São Paulo,
numa luta para construir uma expressão própria.
Em 1954
escreveu a "Luta Corporal", livro que prenunciava a Poesia Concreta.
Em 1956, depois de participar da primeira exposição de Poesia Concreta,
realizada em São Paulo, organizou e liderou o grupo "Neoconcreto", no
qual participaram Lígia Clark e Hélio Oiticica. Após romper com os concretistas,
aproxima-se da realidade popular e do pensamento progressista da época, todo
ele ligado ao populismo.
Em 1976,
publica o "Poema Sujo", escrito em 1975, no exílio em Buenos Aires,
que representa a solução dos problemas vividos por todos os intelectuais do
período, que viram seus ideais populistas serem sufocados pela revolução de
1964.
Para o
teatro Ferreira Gullar escreveu, em 1966, em parceria com Oduvaldo Vianna
Filho, a peça "Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come". Em
parceria com Arnaldo Costa e A.C. Fontoura, escreveu, em 1967, "A Saída?
Onde Fica a Saída?". Junto com Dias Gomes, em 1968, escreveu "Dr
Getúlio, Sua Vida e Sua Glória". Para a televisão, colaborou para as
novelas Araponga em 1990; Irmãos Coragem em 1995 e Dona Flor e Seus Dois
Maridos em 1998.
Ferreira
Gullar ganhou diversos prêmios de literatura, entre eles, o Prêmio Jabuti de
melhor livro de ficção de 2007, com "Resmungos". Também teve
reconhecimento pelo Prêmio Camões em 2010. No mesmo ano, recebeu o título de
Doutor Honoris Causa, da UFRJ. Em 2011, recebeu o Prêmio Jabuti de Poesia.
OBRAS DE FERREIRA
GULLAR
Um Pouco
Acima do Chão, poesia, 1949
A Luta
Corporal, poesia, 1954
Teoria do
Não-Objeto, ensaio, 1959
João
Boa-Morte, Cabra Marcado pra Morrer, poesia, 1962
Quem Matou
Aparecida?, poesia, 1962
Cultura
Posta em Questão, ensaio, 1964
Se Corre o
Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come, teatro, 1966
A Saída?
Onde Fica a Saída?, teatro, 1967
Dr. Getúlio,
Sua Vida e Sua Glória, teatro, 1968
Por Você,
Por Mim, poesia, 1968
Vanguarda e
Subdesenvolvimento, ensaio, 1969
Dentro da
Noite Veloz, poesia, 1975
A Luta
Corporal e Novos Poemas, poesia, 1976
Poema Sujo,
poesia, 1976
Antologia
Poética, poesia, 1977
Augusto dos
Anjos ou Vida e Morte Nordestina, ensaio, 1977
A Vertigem
do Dia, poesia, 1980
Sobre Arte,
ensaio, 1983
Barulhos,
poesia, 1987
Poemas
Escolhidos, 1989
Indagação de
Hoje, ensaio, 1989
O
Formigueiro, poesia, 1991
Argumentação
Contra a Morte da Arte, ensaio, 1993
Rabo de
Foguete-Os Anos no Exílio, memórias, 1998
Muitas
Vozes, poesia, 1999
Rembrandt,
ensaio, 2002
Relâmpagos,
ensaio, 2003
Um Gato
Chamado Gatinho, poesia, 2005
Resmungos,
poesia, 2007
Em Alguma
Parte Alguma, poesia, 2010
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