Por: Marcelo Lima
Depois de
passar por um processo de requalificação, o Museu de Cultura Popular Djalma
Maranhão foi reinaugurado hoje pela manhã. A cerimônia de reinauguração ocorreu
no salão de exposições temporárias no térreo do prédio, que estava quase no
escuro.
Com apenas
duas lâmpadas ligadas e com ajuda da luz solar que atravessava as portas, o
prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves, e o presidente da Fundação de Cultural
Capitania das Artes (Funcarte), Dácio Galvão, discursaram sobre a importância
do equipamento cultural. Além disso, interruptores e tomadas ainda não haviam
sido instaladas neste ambiente.
A escassez
de luz nada tinha relação com o projeto luminotécnico da exposição “Três
Tempos: o mar, a dança e a cultura popular passeiam pelos traços e cores” do
artista plástico Carlos Sérgio Borges. Segundo a diretora do Museu, Odinélia
Targino, a situação ocorreu porque os trilhos e equipamentos elétricos estavam
sendo roubados durante a reforma. “A gente vai recolocar a partir de hoje”,
prometeu.
Ainda
conforme a responsável, quando a nova gestão teve início há um ano e seis
meses, o equipamento estava cheio de limitações. “O museu não estava com
condições dignas de receber visitas. A gente recebia, mas não na forma como ele
está hoje”, disse Odinélia Targino, arte-educadora e especialista em
museologia.
Segundo o
presidente da Funcarte, o processo de requalificação contemplou revisão da
parte elétrica, hidráulica, pintura externa e um novo ar-condicionado central.
O presidente não soube precisar o investimento na reforma. A recuperação se deu
em função de um mutirão entre as secretarias do município.
“Houve uma
repaginação do espaço. O mais importante disso tudo é que a cultura popular,
com toda a sua simbologia, está muito bem abrigada. A religiosidade, as
esculturas, danças, os autos. Isso significa que uma arte deselitizada das
camadas populares recuperou o seu espaço”, considerou o Dácio Galvão.
Do início do
ano passado até hoje, boa parte das atividades eram realizadas fora do museu na
rede municipal de ensino. “São atividades extramuros nas escolas. Eu levava o
DVD mostrando como funcionava o museu e um arte-educador brincante de João
Redondo [mamulengo] fazia apresentação para os estudantes”, comentou a
diretora. Para a ela, essa relação escola-museu é fundamental para a promoção
da memória e cultura popular. Segundo Targino, o prédio só ficou completamente
fechado durante o mês de maio, último momento da reforma.
A falta de
recursos humanos foi outra dificuldade encontrada pela administração a partir
de janeiro de 2013. Conforme a diretora do museu, a contratação de estagiários
de áreas afins (história, turismo, pedagogia etc) foi a única saída. Para
resolver esse problema, o Prefeito anunciou que o próximo concurso da
Prefeitura de Natal também contemplará vagas para a Funcarte. “No máximo, no
início do próximo ano, vamos fazer um concurso para reestruturar essa
secretaria”, afirmou o Prefeito, lembrando que a reforma administrativa,
prestes a ser aprovada, irá transformar a fundação em secretaria.
A cerimônia
de reinauguração teve a presença de auxiliares de Carlos Eduardo e da
vice-prefeita de Natal, Wilma de Faria. Também festejou a reabertura do museu,
o grupo de boi de reis do Bom Pastor e um repentista.
Exposição permanente
No pavimento
superior do Museu, a exposição “Atos de Memória: tradição e cultura do povo
potiguar” é composta pelo acervo permanente do museu. São mais de 2 mil peças.
“Qualitativamente e quantitativamente é um dos melhores acervos das capitais
brasileiras”, disse Dácio Galvão.
A exposição
foi segmentada em quatro módulos: 1) o mundo encantado dos folguedos e das
danças tradicionais; 2) o mundo mágico: encantos e encantamentos do João
Redondo; 3) saberes e fazeres do povo potiguar; e 4) atos de memória: arte, fé
e religiosidade. O visitante irá encontrar recursos multimídia, ambientação
sonora e outros recursos que buscam reconstruir o ambiente tradicional de cada
manifestação cultural ali representada.
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