Deu no Correio Braziliense
Ao longo de 10 anos, pai, mãe e cinco filhos confiaram na amizade e no caráter do padre Evangelista Moisés de Figueiredo, 49 anos.
Tanto o religioso quanto os paraibanos chegaram à região do Tororó, próximo a São Sebastião, em 2002.
O chefe da família, José*, um pedreiro de 32 anos, pensou que, ao se aproximar do sacerdote local, seria aceito com mais facilidade pela comunidade, que lotava as missas conduzidas pelo religioso na Paróquia São Francisco de Assis.
Em dezembro passado, porém, a amizade se transformou em desgosto.
As duas meninas mais velhas, de 12 e 13 anos, revelaram a uma tia que eram abusadas pelo padre.
Os outros três irmãos e mais uma vizinha também teriam sido vítimas.
O religioso foi preso no mesmo mês.
Mas o homem que representava a Igreja Católica na comunidade do Tororó era temido pelas meninas de José.
Elas contam que desde 2009, após seis anos de convívio, ele começou a acariciá-las. As insinuações aconteciam na casa delas e na dele, onde o religioso guardava uma arma, vista com frequência pelas garotas.
Primeiro, ocorreram toques.
Aos poucos, Evangelista transgredia os limites. Para que as duas irmãs mais velhas ficassem caladas, o padre dava roupas e fazia ameaças.
“Ele falava que, se a gente contasse o que acontecia para os nossos pais, ele ia tirar a nossa família dessa casa. Eu ficava com medo, porque, se sairmos daqui, não temos para onde ir”, contou a adolescente de 12 anos.
Um dia, relataram as meninas, ele disse a elas que procurassem preservativos em algum lugar da casa dele. “Ele falava como se fosse normal e como se a gente estivesse à vontade. Outras vezes, colocou vídeo pornô no celular e no computador.
Disse que a gente precisava aprender, que a gente era muito boba”, detalhou a irmã mais velha.
O olhar de José fica distante ao escutar as filhas contando essas e outras histórias. Ele diz sentir culpa por não ter percebido antes e alívio por não ter feito justiça com as próprias mãos. A fé se manteve inabalada. Mas não deve nunca mais colocar os pés na Paróquia São Francisco de Assis.
“Espero que ele (o padre) fique preso muito tempo.”
Amigo surpreso
O padre conhecido pelo serralheiro Valdir de Sousa Ribeiro, 38 anos, pouco se assemelha ao homem cabisbaixo, silencioso e rodeado por policiais.
Os dois se tornaram amigos há mais de seis anos, quando Evangelista chegou à Paróquia do Divino Espírito Santo, na 905 Norte. Valdir mora no mesmo terreno, com a mulher e os dois filhos, de 6 e 14 anos.
Quando soube da denúncia, a primeira coisa que fez foi perguntar à companheira e à filha mais velha se as duas haviam sofrido algum tipo de abuso por parte do padre. A resposta foi negativa.
Para ele, que mantém relacionamento próximo com o religioso, é muito difícil acreditar nas acusações.
“Acho que tem alguma coisa por trás disso aí. Ele não pode ficar preso só com base no que as pessoas disseram. Algemá-lo daquele jeito? Ele está sendo humilhado”, disse.
Valdir espera que o caso seja apurado e tem certeza de que o amigo, com quem pescou e brindou muitas vezes durante os oito anos de convívio, vai provar a inocência.
Ao longo de 10 anos, pai, mãe e cinco filhos confiaram na amizade e no caráter do padre Evangelista Moisés de Figueiredo, 49 anos.
Tanto o religioso quanto os paraibanos chegaram à região do Tororó, próximo a São Sebastião, em 2002.
O chefe da família, José*, um pedreiro de 32 anos, pensou que, ao se aproximar do sacerdote local, seria aceito com mais facilidade pela comunidade, que lotava as missas conduzidas pelo religioso na Paróquia São Francisco de Assis.
Em dezembro passado, porém, a amizade se transformou em desgosto.
As duas meninas mais velhas, de 12 e 13 anos, revelaram a uma tia que eram abusadas pelo padre.
Os outros três irmãos e mais uma vizinha também teriam sido vítimas.
O religioso foi preso no mesmo mês.
Mas o homem que representava a Igreja Católica na comunidade do Tororó era temido pelas meninas de José.
Elas contam que desde 2009, após seis anos de convívio, ele começou a acariciá-las. As insinuações aconteciam na casa delas e na dele, onde o religioso guardava uma arma, vista com frequência pelas garotas.
Primeiro, ocorreram toques.
Aos poucos, Evangelista transgredia os limites. Para que as duas irmãs mais velhas ficassem caladas, o padre dava roupas e fazia ameaças.
“Ele falava que, se a gente contasse o que acontecia para os nossos pais, ele ia tirar a nossa família dessa casa. Eu ficava com medo, porque, se sairmos daqui, não temos para onde ir”, contou a adolescente de 12 anos.
Um dia, relataram as meninas, ele disse a elas que procurassem preservativos em algum lugar da casa dele. “Ele falava como se fosse normal e como se a gente estivesse à vontade. Outras vezes, colocou vídeo pornô no celular e no computador.
Disse que a gente precisava aprender, que a gente era muito boba”, detalhou a irmã mais velha.
O olhar de José fica distante ao escutar as filhas contando essas e outras histórias. Ele diz sentir culpa por não ter percebido antes e alívio por não ter feito justiça com as próprias mãos. A fé se manteve inabalada. Mas não deve nunca mais colocar os pés na Paróquia São Francisco de Assis.
“Espero que ele (o padre) fique preso muito tempo.”
Amigo surpreso
O padre conhecido pelo serralheiro Valdir de Sousa Ribeiro, 38 anos, pouco se assemelha ao homem cabisbaixo, silencioso e rodeado por policiais.
Os dois se tornaram amigos há mais de seis anos, quando Evangelista chegou à Paróquia do Divino Espírito Santo, na 905 Norte. Valdir mora no mesmo terreno, com a mulher e os dois filhos, de 6 e 14 anos.
Quando soube da denúncia, a primeira coisa que fez foi perguntar à companheira e à filha mais velha se as duas haviam sofrido algum tipo de abuso por parte do padre. A resposta foi negativa.
Para ele, que mantém relacionamento próximo com o religioso, é muito difícil acreditar nas acusações.
“Acho que tem alguma coisa por trás disso aí. Ele não pode ficar preso só com base no que as pessoas disseram. Algemá-lo daquele jeito? Ele está sendo humilhado”, disse.
Valdir espera que o caso seja apurado e tem certeza de que o amigo, com quem pescou e brindou muitas vezes durante os oito anos de convívio, vai provar a inocência.
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