quinta-feira, 13 de outubro de 2011

CANTO DO MANGUE




Canto do Mangue
Ou mangue do canto
Está em meu sangue
Em meu acalanto

Rubens, ”Dedé de Cição”
“Pinto”, grande canoeiro
Racing e Palmeira um festão
“Com Vinte e Dois” e “Padroeiro”

À noite na pracinha
Enrolado em pano salgado
Esperava a manhãzinha
Para pegar o pescado

Guaiúba, Mariquita e Xira
Cangulo, Biquara e Piraúna
Muitos amigos eram “Traíra”
E brigavam no Araruna

Carreguei com água e gelo
Um grande bote, o Arlindo
Atendendo o apelo
Do amanhecer tão lindo

Peixe frito da “Tia Elvira”
Ou a tapioca do “Pernambuco”
Era o nosso bom “tira”
Com a cachaça do “Maluco”

Seu Luiz Gomes e Moisés
E “cumpade João Quarador”
Tinham a dança nos pés
No côco-de-roda, bambelô

Saudades que me dá
Deste tempo passado
Quando eu vivia por lá
Pela liberdade tão amado


(*) Poesia extraída do livro:
Guamaré, Retalhos Poéticos
Autor: Gonzaga Filho

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