Quem não
dorme bem se dá mal. Dormir menos que o necessário pode prejudicar você dos pés
à cabeça. De fato, um estudo publicado no ano passado mostrou que uma semana
apenas passada dormindo menos de seis horas por noite resultou em modificações
em mais de 700 genes. É alarmante. Veja abaixo a verdade assustadora do que pode
acontecer com seu corpo quando você dorme menos do que necessita, começando já
na primeira noite.
Depois de uma noite mal
dormida, você...
Sente mais fome e tende a comer
mais.
Estudos
vincularam a privação de sono no curto prazo à tendência de comer porções
maiores, uma preferência por alimentos de alto teor calórico e a mais
carboidratos, e uma propensão maior por escolher alimentos pouco saudáveis ao
fazer supermercado.
Tem tendência maior a sofrer
acidentes.
Seis horas
ou menos de sono por noite triplicam o risco de acidentes ligados à sonolência
na direção de veículos, segundo a Drowsydriving.org, da National Sleep
Foundation. E, segundo pesquisas da Universidade Manchester Metropolitan, basta
uma noite mal dormida para afetar a coordenação olho-direção do condutor. A
privação de sono pode deixar você mais desajeitado de modo geral, na direção de
um veículo ou em qualquer outra situação, informa a Prevention.
Não estará com sua melhor
aparência, nem com o melhor humor.
A ideia de
que dormir bem favorece a beleza tem fundamento. Um pequeno estudo publicado no
ano passado no periódico “SLEEP” diz que os participantes de um estudo que
tiveram sono incompleto foram vistos como menos atraentes e mais tristes, como
relatou o HuffPost na época. Um estudo diferente do Medical Institutet
Karolinska, de Estocolmo, Suécia, concluiu que as pessoas exaustas são vistas
como menos fáceis de ser abordadas. E o problema só se agrava com o tempo:
cientistas vinculam a privação crônica de sono ao envelhecimento da pele.
Terá mais chances de contrair um
resfriado.
O repouso
satisfatório é uma das bases de um sistema imunológico saudável. De fato, um
estudo da Universidade Carnegie Mellon constatou que dormir menos de sete horas
por noite resulta em risco três vezes maior de contrair resfriado. E a clínica
Mayo explica:
“Durante o
sono, o sistema imunológico libera proteínas chamadas citosinas, algumas das
quais ajudam a promover o sono. Certas citosinas precisam aumentar quando você
tem uma infecção ou inflamação ou quando sofre estresse. A privação do sono
pode reduzir a produção dessas citosinas protetoras. Além disso, os níveis dos
anticorpos e células que combatem infecções caem nos períodos em que você não
dorme o suficiente.”
Perde tecido cerebral.
Um pequeno
estudo recente realizado com 15 homens e publicado no periódico “SLEEP”
concluiu que uma noite apenas de sono insuficiente já está ligado a sinais de
perda de tecido cerebral, o que é medido pelos níveis presentes no sangue de
duas moléculas cerebrais cujo nível geralmente sobe após lesões cerebrais.
Tem mais chances de perder o
controle emocional.
Um estudo de
2007 de pesquisadores da Universidade da Califórnia em Berkeley e da Escola de
Medicina de Harvard usou ressonâncias magnéticas para mostrar que, após a
privação de sono, os centros emocionais do cérebro estavam mais de 60% mais
reativos. “É quase como se, sem ter dormido o suficiente, o cérebro tivesse
revertido para padrões de atividade mais primitivos, na medida em que era
incapaz de contextualizar as experiências emocionais e produzir reações
controladas e apropriadas”, disse em comunicado o autor sênior do estudo,
Matthew Walker, diretor do Laboratório de Sono e Neuroimageamento da UC em
Berkeley, Matthew Walker. Emocionalmente falando, você fica em desvantagem.”
Ficará menos focado e terá
problemas de memória.
Estar
exausto prejudica sua concentração e pode deixá-lo mais esquecido (não
surpreende que você se confunda e não saiba onde deixou o celular, após uma
noite mal dormida). Para agravar o problema, acredita-se que o sono está
envolvido no processo de consolidação da memória, de acordo com Harvard --o que
significa que dormir menos que o necessário pode dificultar o aprendizado e a
memorização de informações novas.
Após algum tempo
dormindo menos que o necessário...
Seu risco de sofrer um AVC é
multiplicado por quatro.
Pesquisas
apresentadas na conferência SLEEP 2012 sugeriram que dormir menos de seis horas
por noite pode multiplicar o risco de AVC de pessoas de meia-idade e mais
velhas. “As pessoas que dormem menos de seis horas por noite têm risco quatro
vezes maior de apresentar esses sintomas de derrame cerebral que suas
contrapartes de peso normal que dormem sete ou oito horas por noite”, disse ao
HuffPost na época a pesquisadora Megan Ruiter, da Universidade do Alabama em
Birmingham, que participou do estudo.
O risco de obesidade cresce
muito.
Não apenas a
perda de sono de curto prazo pode levar ao consumo calórico aumentado, como
múltiplos estudos já apontaram para um vínculo entre privação crônica do sono e
aumento do risco de obesidade no longo prazo. Uma revisão de pesquisas feita em
2012 pela Universidade Penn State, por exemplo, constatou que dormir menos de
seis horas por noite está ligado a mudanças nos níveis dos hormônios grelina e
leptina, reguladores do apetite. Outro estudo de 2012 publicado no “American
Journal of Human Biology” mostrou que sono insuficiente está vinculado a
mudanças na regulação do apetite, podendo levar as pessoas a comer mais. E
ainda outro estudo, este da University of Pennsylvania, constatou que os
participantes do estudo que foram impedidos de dormir o suficiente durante
cinco noites seguidas ganharam cerca de um quilo de peso, possivelmente por
comerem “lanchinhos” tarde da noite.
O risco de alguns tipos de câncer
pode subir.
Um estudo
realizado com 1.240 pacientes submetidos a colonoscopias constatou que aqueles
que dormiam menos de seis horas por noite apresentaram aumento de 50% no risco
de adenomas colorretais, que podem tornar-se malignos com o tempo. Outro estudo
de 2012 identificou um vínculo possível entre sono e cânceres de mama
agressivos. Cientistas já sugeriram também uma correlação entre apneia do sono
e o aumento do risco de câncer de qualquer tipo.
Sobe o risco de diabetes.
Um estudo de
2013 dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças concluiu que sono insuficiente
(e também excessivo!) está ligado a uma série de doenças crônicas, uma das
quais é a diabetes do tipo 2. E o mesmo estudo de 2012 que concluiu que a
privação de sono está vinculada a mudanças hormonais associadas à obesidade
constatou que o sono insuficiente está ligado à diminuição da sensibilidade à
insulina, um fator de risco de diabetes.
Aumenta o risco de doença
cardíaca.
A privação
crônica de sono foi vinculada a hipertensão, aterosclerose (entupimento das
artérias por colesterol), falência cardíaca e ataque cardíaco, informa a
“Harvard Health Publications”. Um estudo de 2011 de pesquisadores da Warwick
Medical School concluiu que o sono insuficiente está ligado a risco de ataque
cardíaco, doenças cardiovasculares e AVCs. “Se você dorme menos de seis horas
por noite e tem sono perturbado, terá chance 48% maior de apresentar ou morrer
de doenças cardíacas e 15% maior de apresentar ou morrer de um acidente
vascular cerebral”, disse o autor principal do estudo, Francesco Cappuccio, em
declaração sobre as conclusões, que foram publicadas no “European Heart
Journal”. “A tendência a dormir tarde e acordar cedo é uma bomba-relógio
ativada que ameaça nossa saúde. É preciso agir agora para reduzir seu risco de
desenvolver estas condições que representam risco de vida.”
A contagem espermática diminui.
Além do fato
evidente de que a exaustão normalmente não propicia a atividade sexual, deixar
de curtir suas horas de sono necessárias pode ter efeitos negativos sobre sua
fertilidade. Um estudo de 2013 publicado no “American Journal of Epidemiology”
e feito com 953 homens jovens na Dinamarca constatou que os participantes com
alto nível de perturbações do sono tinham concentração espermática no sêmen 29%
mais baixa que os outros.
O risco de morte se intensifica.
Um estudo da
“SLEEP” em que 1.741 homens e mulheres foram avaliados ao longo de dez a 14
anos concluiu que os homens que dormiam menos de seis horas por noite
apresentaram aumento importante no risco de mortalidade, mesmo depois de levar
em conta diabetes, hipertensão e outros fatores.
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