Por: Yuno Silva
A atual
safra de prêmios literários está generosa com os autores potiguares, e
interessados em ter o nome estampado na capa de um livro (impresso, diga-se de
passagem) podem escolher entre – pelo menos – meia dúzia de opções. Alguns se
propõem ao recorte municipal, outro é dedicado a estudantes dos ensinos médio e
fundamental, mas há os de abrangência regional e nacional. Todos os estilos
serão contemplados: poesia, prosa, ensaios, quadrinhos e cordel; e cada
concurso possui características próprias, com premiação (ou não) em dinheiro.
Em comum, o ineditismo dos textos.
O Projeto Rota Batida, promovido pela
Fundação Vingt-Un Rosado, irá selecionar 10 novos títulos de autores de todo o
RN, em cinco categorias, que serão somados à tradicional Coleção Mossoroense,
com inscrições abertas até o dia 30 de julho. Os dois autores premiados em cada
categoria (poesia, contos, crônicas, romance e trabalhos acadêmicos) recebem
200 cópias da tiragem total de 500 exemplares, mais suporte para promoção do
lançamento.
Já a Fundação Capitania das Artes publicou
na edição desta sexta, no Diário Oficial, três editais de âmbito municipal: foi
republicada as regras dos prêmios Othoniel Menezes (poesia), Câmara Cascudo
(ensaio etnográfico) e Moacy Cirne (ensaio literário), estes com inscrição até
19 de agosto e total de prêmios de R$ 24 mil. E apresentado os inéditos
voltados para Cordel e Quadrinhos. Todas as iniciativas da Funcarte incluem
publicação das obras.
O concurso
para Literatura de Cordel foi
dividido nas categorias “Criação e Produção Literária de Cordel”, “Pesquisa e
Trabalhos Educacionais” e “Iniciativas de Valorização” - inscrições até 18 de
agosto e premiação total de R$ 120 mil; e o “Moacy Cirne de Histórias em
Quadrinhos”, com inscrições até 25 de agosto e investimento de R$ 50 mil.
O escritor e
pesquisador Luís da Câmara Cascudo ainda empresta o nome para outros dois
prêmios: de abrangência nacional, o concurso organizado pela Global Editora em
parceria com o Ludovicus – Instituto Câmara Cascudo festeja os 60 anos de
publicação do “Dicionário do Folclore Brasileiro” e lança premiação para o
melhor trabalho dentro do tema “A cultura popular na obra de Câmara Cascudo”.
As inscrições seguem até 30 de dezembro e o prêmio é de R$ 6 mil mais
publicação.
Enquanto a
Academia Norte-Rio-grandense de Letras recebe até 15 de setembro inscrições de
estudantes para o Prêmio Literário Câmara Cascudo e a Identidade Nacional, cujo
prêmio de R$ 5 mil para o vencedor será dividido entre aluno e professor.
Momento antagônico
“Embora o
nome da coleção remeta a Mossoró, publicamos o que nos chega. Avaliamos a
qualidade do texto, a relevância do autor e/ou identificamos um novo talento”,
avisou Dix-Sept Rosado Sobrinho, diretor executivo da Fundação Vingt-Un Rosado.
Ela explica que, “apesar do foco regionalista se sobressair” a temática é
variada. As inscrições seguem até o próximo dia 31 de julho, com anúncio do
resultado previsto para 10 de setembro.
“A Coleção
Mossoroense vive um momento antagônico”, informa Caio César Muniz, editor da
Coleção, “em meio a crise financeira da Fundação, agravada a partir de 2012,
estamos lançando o maior prêmio do RN”.
De acordo
com Caio e Dix-Sept Rosado, a situação da entidade mossoroense é complicada,
mas há conversas em curso para possível formalização de um convênio com a
Prefeitura da capital do Oeste até o final deste ano que pode trazer um pouco
de tranquilidade para manter o acervo e realizar novas ações.
Criada em
1948, pelo agrônomo Jerônimo Vingt-Un Rosado Maia (1920-2005), a Coleção
Mossoroense possui um catálogo com mais de 4,5 mil títulos publicados – sendo
cerca de 1 mil livros e o restante dividido entre plaquetes e folhetos de
cordel. O projeto conta com patrocínio do Governo do RN, através da Lei Câmara
Cascudo, Cosern e Petrobras. Os diretores da Fundação Vingt-Un Rosado
adiantaram que em um mês o site da instituição voltará a funcionar para
aquisição de títulos, e “em breve disponibilizaremos 150 obras digitalizadas,
do Acervo Virtual Oswaldo Lamartine de Faria, que abordam temas ligados ao
assunto ‘seca’”, ressaltou o editor Caio Muniz.
Republicação de editais
A dinâmica
do mercado literário mudou ao longo das últimas duas décadas com o advento da
internet, e o interesse pelos prêmios literários também; tanto que a baixa
procura pelos editais fizeram a Funcarte esticar o prazo para inscrição.
“Acredito que há uma descrença dos artistas no que diz respeito aos editais
públicos, o passado recente contribuiu para isso”, justificou Dácio Galvão, presidente
da Funcarte. “Mas ao mesmo tempo acredito ser uma página virada, pois todos os
editais que lançamos do ano passado para cá estão em dia”, emenda o gestor.
Segundo
Dácio, as principais novidade deste ano é a garantia da publicação das obras e
a inclusão de categorias ensaísticas “para atender uma demanda latente”. Ele
adianta que, para 2015, a proposta é ampliar os prêmios, “dentro das nossas
limitações orçamentárias”, para acomodar romances e outras vertentes da ficção,
que acabou ficando de fora na atual versão. Sobre a criação de uma categoria
específica para e-books, Galvão é franco ao dizer que “essa ideia ainda não
tinha sido pensada, mas já assumo esse compromisso de considerar essa
possibilidade”.
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