Por ampla margem, a presidente Dilma Rousseff saiu vencedora nesta quarta-feira (16) de sua primeira grande votação na Câmara dos Deputados. Com o impulso dos votos das bancadas do PT e do PMDB, as duas maiores da Casa, ela aprovou sua proposta de R$ 545 para o salário mínimo neste ano, após a rejeição de duas emendas da oposição. A proposta segue para o Senado, onde a decisão deve ser feita na próxima semana. Se não sofrer alterações, deve ser sancionada até o fim do mês no Palácio do Planalto.
Pobre trabalhador brasileiro que vive do salário mínimo.
O que será que pensa um gentil e humilde cidadão, trabalhador brasileiro, assalariado de verdade (desses que ganham um salário mínimo, fora os descontos), que durante esta semana é o principal assunto no Congresso?
Lá em Brasília, deputados e senadores que ganham milhares de reais discutem durante horas (entre um cafezinho expresso e água mineral), cada centavo que será acrescentado ou subtraído do mísero salário desse trabalhador brasileiro.
Ainda ontem, no noticiário que poucos ouvem A Voz do Brasil um deputado disse que o salário mínimo deveria ser de 1.500,00.
Eu achei que ele fosse dizer o valor que o DIEESE calcula, há muito e muito tempo, um valor que parece utópico ou inatingível demais.
É bom lembrar que o salário mínimo é um valor calculado para ser necessário e suficiente a uma família composta por um casal, dois filhos e (ou um cachorro ou um gato).
O que será que pensa esse mesmo trabalhador brasileiro, assalariado, ao chegar a casa, à noite, cansado, com o corpo suado e dolorido de tanto carregar peso; muitas vezes sem água para um merecido banho; ainda por cima sem o franguinho na panela.
E, mais tarde, esse mesmo trabalhador liga a televisão e vê uma majestosa casa, com todo o conforto de um palácio de um rei medieval e vê lá dentro um grupo de moças e rapazes, em trajes menores, a reclamar da situação em que vivem feitos prisioneiros na casa.
Todavia, eles mesmos se candidataram ao inferno ou paraíso em que permanecem durante alguns meses.
Reclamam do excesso de conforto, da falta de privacidade e da falta de colaboração entre os participantes; tudo porque um deles será eliminado e deixará a mordomia da casa.
Afinal, mordomia como eles têm nenhum trabalhador brasileiro teria condição de usufruir.
Enfim, nenhum deles deveria reclamar, pois as moças irão para as revistas e alguns dos rapazes também. Sem falar do carro que ganham à saída e da aparição no programa do Faustão no domingo seguinte.
E o trabalhador brasileiro?
Paga a TV a prazo. Espera um salário digno. Longe de conseguir tal intento.
Vai lá Brasil!
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