Hospital São
José, em Joinville, para onde
os torcedores feridos foram encaminhados
Mais uma vez
no futebol nacional a briga de torcidas levará mais atenção do que o jogo.
Neste domingo, em Joinville (SC), fãs de Atlético-PR e Vasco entraram em
conflito no estádio que recebe a partida válida pela última rodada do
Brasileirão. E a praça de guerra, com certeza, vai rodar o mundo.
Torcedores
do times paranaense e carioca se provocavam, até que os mandantes invadiram a
parte a que estava destinada os cariocas.
Então, as
cenas foram lamentáveis, com pancadarias em vários pontos das arquibancadas e
quatro torcedores feridos gravemente - sendo um deles, vascaíno, em coma
profundo.
Três deles
(Estevão Viana - do Atlético-PR -, William Batista e Diogo da Costa - sem clube
identificado) estão na emergência do Hospital Municipal São José. O outro
recebeu atendimento no próprio estádio.
Alguns fãs
do Vasco invadiram o campo para fugir dos focos da confusão. A polícia entrou
em ação depois de mais dez minutos do início das confusões com bombas de efeito
moral e conseguiu, após muito custo, dispersar os "brigões".
Existe uma
lei no estado de Santa Catarina que proíbe a presença de PMs dentro das arenas
esportivas. Por isso, a segurança foi feita por cerca de 100 profissionais
particulares. Por causa disso, uma das torcidas organizadas do Atlético-PR nem
vendeu ingressos para crianças e mulheres. Depois, porém, 160 policiais
apareceram para reforçar a segurança.
Jogadores,
como Luiz Alberto e Éverton, choravam copiosamente no gramado. A expressão dos
técnicos Vágner Mancini e Adilson Batista era de desolação. "Isso em um
país de Copa do Mundo... Torcedores sendo agredidos, é difícil. Tô chocado, não
dá. A gente acha que pessoas morreram, encurralaram, não tem necessidade disso,
isso, isso não é esporte", falou o vascaíno.
"Isso é
lamentável... Fica difícil, dá vontade de ir embora para casa", afirmou o
atleticano.
"Eles
não estão respeitando a vida. São vidas que estão aqui. Não tem policiamento!
Não é primeira, segunda divisão... Estou pensando em vidas. E eles vão ser responsabilizados",
falou Roberto Dinamite, presidente do Vasco, já de dentro do gramado.
"Isso
não é um circo. É um lazer. Somos contra o jogo continuar assim, mas vamos
conversar. Temos a informação de que um torcedor nosso está em coma profundo.
Não vamos jogar assim", afirmou Antônio Peralta, vice geral do Vasco.
Depois, ele discutiu duramente com Antônio Lopes, diretor do Atlético-PR, pois
o ex-técnico queria que o jogo seguisse; o outro, não.
O duelo fora
paralisado quando o Atlético-PR derrotava o Vasco por 1 a 0 (gol de Manoel). Às
18h30 (de Brasília), a partida foi reiniciada, com 15 minutos do primeiro
tempo.
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