terça-feira, 20 de março de 2012

ANÚNCIO DA COREIA DO NORTE CAUSA ALARME INTERNACIONAL


anúncio da Coreia do Norte de que em abril lançará um foguete para instalar um satélite em órbita provocou nesta sexta-feira um alarme internacional. Apesar de Pyongyang afirmar que o seu objetivo é civil, Coreia dos Sul, Estados Unidos e Japão consideram o projeto um teste encoberto de míssil balístico, em aberta violação das resoluções da ONU.
"Um lançamento de um míssil dessas características seria uma ameaça para a segurança regional e seria inconsistente com o compromisso norte-coreano para se abster de lançamentos de projéteis de longo alcance", disse a Secretária de Estado americana, Hillary Clinton, em um comunicado. "Pedimos à Coreia do Norte que se atenha a suas obrigações internacionais, incluindo as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Estamos em consultas com nossos parceiros internacionais para determinar os próximos passos", afirmou Hillary.
A Secretária de Estado considerou 'sem espaço para dúvidas' que esse lançamento viola as resoluções 1718 e 1874 das Nações Unidas, nas quais o regime de Pyongyang está proibido de desenvolver o 'uso de sua tecnologia de mísseis balísticos'.
Ásia - A Coreia do Sul também afirmou que o anunciado lançamento de um foguete norte-coreano violaria as resoluções da ONU e seria considerado uma 'grave provocação', enquanto o Japão pediu o cancelamento do projeto. Seul exigiu que o vizinho norte-coreano "interrompa imediatamente essa provocação e acate suas obrigações internacionais".
Para o Japão, independentemente de ser um satélite ou um míssil balístico, o anúncio representa uma "violação das resoluções do Conselho de Segurança". O país pediu moderação a Pyongyang. A China, principal suporte econômico da Coreia do Norte, pediu a todas as partes um "papel construtivo" na manutenção da paz regional.
Plano - A operação está prevista para entre 12 e 16 de abril, para comemorar o centenário de nascimento do fundador da Coreia do Norte, Kim Il-Sung. Um foguete Unha-3 lançará o satélite de observação terrestre norte-coreano Kwangmyongsong-3, segundo a agência oficial KCNA, alegado que os equipamentos são necessários para o desenvolvimento econômico do país e fazem parte das 'atividades pacíficas espaciais'.
A Coreia do Norte utilizou argumento semelhante quando lançou um "satélite" no dia 5 de abril de 2009, provocando a condenação do Conselho de Segurança da ONU e um reforço das sanções contra Pyongyang. Na ocasião, um foguete norte-coreano sobrevoou o território japonês e caiu no Oceano Pacífico. Tóquio, com apoio de Washington e Seul, denunciou na época um teste de míssil de longo alcance.
Diplomacia - A reação levou a Coreia do Norte a abandonar, em sinal de protesto, as negociações de desarmamento nuclear entre seis países (Estados Unidos, Rússia, China, Coreia do Norte, Coreia do Sul e Japão) e a executar um segundo teste nuclear no mês seguinte. Porém, em 29 de fevereiro Pyongyang e Washington surpreenderam o mundo ao anunciar um acordo, o que criou expectativas de apaziguamento das tensões regionaisapós a chegada ao poder de Kim Jong-un, terceiro representante da dinastia comunista dos Kim que comanda a Coreia do Norte desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
(Com agência France-Presse)

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