quarta-feira, 28 de março de 2012

IMAGENS FLAGRAM SUPOSTO MAU USO DA ARMA TASER EM PARQUE DE GOIÂNIA



Flagrante aconteceu no domingo (25), no Lago das Rosas, no Setor Oeste.
Rapaz sem camisa é atingido por spray e, posteriormente, por choque.

Imagens registradas por uma cinegrafista amadora mostram uma suposta situação de mau uso da arma de choque taser por parte de dois guardas municipais de Goiânia, no parque Lago das Rosas, no Setor Oeste.

O flagrante aconteceu no domingo (25), por volta das 16h.
Segundo o registro [veja vídeo ao lado], os guardas abordam o rapaz que está sem camisa e conversam com ele. O jovem mostra o que parece ser uma carteira de documentos e diz que não é bandido. O clima fica tenso e no momento em que ele volta para pegar algo na mochila é atingido por um spray. Um dos guardas tenta imobilizá-lo e depois dispara a arma paralisante. O rapaz cai.

A mulher que filmou a ação não quis se identificar, mas disse que ficou assustada com a ação dos guardas municipais. “As queimaduras podem não ter sido nada, mas, principalmente a moral para ele, ali no meio de um parque, sentado, todo mundo ver ele ser agredido”.

O rapaz que aparece no vídeo sendo abordado pelos guardas municipais é o chapeiro Hernand Alves Guedes, de 31 anos. Segundo ele, é seu costume ir ao parque da capital e ele assume que estava no local para fumar maconha: “Eles são guardas e estão lá para orientar. Estou muito assustado. Na hora eu estava errado, porque estava portando um cigarro de maconha, mas não era motivo para essa agressão toda”.

A Guarda Municipal de Goiânia admite que pode ter havido excesso na ação de dois guardas e que vai investigar o caso. “Esses guardas vão responder a um processo administrativo para apurar e, se for o caso, aplicar as penas cabíveis pelo excesso ali empreendido”, afirma o comandante da Guarda, João França Neto.
Os guardas municipais registraram na delegacia de polícia uma ocorrência contra o rapaz por desacato e resistência.

Polêmica
A Guarda Municipal de Goiânia afirma que a pistola paralisante não é capaz de matar. A arma está sendo usada pela equipe desde julho do ano passado e tem como objetivo paralisar com um choque os suspeitos, quando eles estiverem com arma branca ou de fogo.

A segurança no uso da taser passou a ser questionada depois da morte do estudante brasileiro Roberto Laudísio Curti, de 21 anos, em Sydney, na Austrália. Uma reportagem no Fantástico mostrou imagens da câmera de segurança de uma cafeteria, que flagrou a perseguição dos policiais ao brasileiro. O estudante caiu depois de levar três ou quatro choques, segundo testemunhas, e de ser atingido também por spray de pimenta. Ele desmaiou e parou de respirar.

Na última sexta-feira (23), um dos alunos do curso da Guarda Municipal de Goiânia foi atendido no Centro de Assistência Integral à Saúde (Cais) de Campinas com estiramento em um músculo das costas depois de ter recebido um disparo de taser. A Guarda Municipal nega que haja qualquer relação entre o problema muscular e o uso da arma.

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