O artigo 3º da nossa Constituição Federal que trata dos princípios fundamentais estabelece que constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, construir uma sociedade livre, justa e solidária.
Eu penso que só podemos construir uma sociedade livre justa e solidária quando não restar mais cadáveres insepultos. Estes estarão sempre clamando pela verdade.
É nesse sentido que vejo a importância da criação da Comissão da Verdade para que todos os fatos da nossa história recente sejam esclarecidos e com ânimo a ação dos Procuradores da República Tiago Modesto Rabelo e André Casagrande Raupp, de Marabá; Ubiratan Cazzeta e Felício Pontes Júnior, de Belém; Ivan Claudio Marx, de Uruguaiana; Andrey Borges de Mendonça, de Ribeirão Preto e Sergio Gardenghi Suiama, de São Paulo, que no cumprimento de função constitucional, encaminharam à Justiça Federal denúncia contra o coronel da reserva Sebastião Curió Rodrigues de Moura pelo crime de sequestro qualificado contra os militantes de Partidos políticos, Maria Célia Corrêa [Rosinha], Hélio Luiz Navarro Magalhães [Edinho], Daniel Ribeiro Callado [Doca], Antonio de Pádua Costa [Piauí] e Telma Regina Cordeira Corrêa [Lia], que não concordavam com a ditadura imposta aos brasileiros. Eles foram sequestrados na região do Araguaia [1970/1974] e até hoje continuam desaparecidos. Se vivos, estariam anistiados e de volta ao convívio da sociedade; mortos, os cadáveres para o sepultamento e as condolências da família e dos amigos. Mas, desaparecidos, é dor que não cessa.
Por fim, e preciso lembrar sempre que os que implantaram a ditadura em 1964, derrubaram pela força das armas um Presidente eleito pelo voto soberano do povo brasileiro. Não se trata de forma nenhuma de revanchismo, mas sim, o direito à história, o direito à verdade.
De Claudio Guerra para o baú de Macau
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