quinta-feira, 7 de novembro de 2013

AMOR, SOLIDÃO E CANGAÇO


O poeta Carlos Gurgel lança em Natal o recente “Mais que amor”, apresentado no mês de julho para leitores do Rio de Janeiro e São Paulo. A obra sai com chancela da editora carioca Ibis Libris e vem recheado por uma seleção significativa de versos criados nos últimos dois anos – uma coleção de quase 150 poemas distribuídos em 220 páginas. Gurgel autografa seu livro nesta quinta-feira, das 20h às 22h, no Piazzalle Mall, terceiro piso do shopping Midway Mall. Após o lançamento, “Mais que amor” poderá ser encontrado no Zen Bar em Pium, no Between Café da Afonso Pena e em Nalva Melo Café Salão, Ribeira.

O fio condutor são “os desencontros humanos e a implacável perda de tudo que une, como afeto, amor, presença”, resume o autor, sem deixar de ressaltar que “ao mesmo tempo” declara nutre esperança “apesar de todo obscuro escurecimento”.

A ideia para o novo livro foi desencadeada depois que Carlos Gurgel conheceu a poeta, tradutora e editora Thereza Christina, responsável pela Ibis Libris, pela internet. Entre papos sobre poesia e literatura, veio um relacionamento real e o incentivo para que o potiguar reunisse o material publicado on-line com outros textos inéditos, dando origem ao volume – o namoro findou, mas gerou uma publicação caprichada que imortalizou o encontro dos dois.

Embora tenham sido compostos em momentos distintos, os textos de “Mais que amor” têm uma unidade temática em comum: o peso da solidão na vida cotidiana. “São poemas de amor, sobre amor”, explica Gurgel. “Mas também tem esse outro lado, que é característico do meu texto, de expor a ferida do mundo”, adiantou o poeta. “Mais que amor” surgiu em uma fase de transição na vida e na obra de Gurgel, quando estava “preso em uma teia de poesia e amor”.

O poeta continua com o texto afiado e abre o leque ao examina temas universais de uma maneira até então inédita em sua obra. “Diria que esse livro é um divisor de águas para mim, sem dúvida alguma”, garantiu. 

Há planos para uma nova coletânea, “Vocabulário da Raça”, para 2014, livro que irá registrar a safra de poemas que o potiguar está escrevendo agora e “pretendo continuar produzindo até meados do ano que vem”, conta Gurgel, que cita seu pai, o também poeta e folclorista Deífilo Gurgel, falecido no início de 2012, como uma das inspirações para a nova fornada de poemas.

CANGAÇO EM ANGICO

A temporada de lançamentos ganha reforço com “Angico 1938” (Sebo Vermelho Edições), de Iaperi Araújo. Terceiro livro da saga sobre o cangaço publicado pelo médico e artista plástico, o título será lançado hoje, às 18h, na I Feira do Livro Potiguar – evento que integra a programação do Festival Literário de Natal (FLIN) e movimenta a praça Augusto Severo na Ribeira desde ontem.

Em “Angico 1938” Iaperi trata da emboscada, que culminou com a morte de Lampião e seu bando, a partir de documentos, fotografias e laudos sobre o episódio ocorrido no sertão sergipano.

Eis um trecho: “A sergipana Cristina era uma moça alta e meio desengonçada. Magra, de braços longos e sobrancelhas espessas, entrou no bando de Lampião acompanhando seu companheiro Português, quando o grupo esteve em Sergipe participando de um baile. Namoradeira, acabou traindo o companheiro com Gitirana, um cangaceiro do grupo de Corisco...”

SERVIÇO

Lançamento de “Mais que amor”, de Carlos Gurgel. Nesta quinta-feira, às 20h, no Piazzalle Mall (Midway Mall)

Lançamento de “Angico, 1938”, de Iaperi Araújo. Hoje, às 18h, na Feira do Livro Potiguar/FLIN – Ribeira


(**) Matéria Extraída da Tribuna do Norte

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