Agricultor
“José Orlando Balbino” e família
A belíssima
história do agricultor “José Orlando Balbino” enche os olhos de lágrimas de
quem sabe o que é ter filhos em uma universidade, e principalmente quando o
estudante está longe da família, aumentando os custos com transporte,
alimentação e moradia, sendo a única fonte de renda… nada mais que 600
reais/mês, pouco menos que o salário mínimo dos brasileiros.
Seu Balbino
é agricultor, mas nesse momento difícil que passa o semiárido seridoense com a
seca, seu sustento ficou mais limitado ainda, já que o trabalho se limita à
luta de gado, na fazenda Umari, a 25 km de Caicó. E para tentar conseguir um
extra, sua esposa, Maria das Graças Dantas, cria galinhas e alguns caprinos. E
foi da venda de dois desses animais que a família conseguiu comprar o anel de
formatura para um dos filhos, que já se formou.
Cleidson
Dantas Balbino, é um exemplo a ser seguido por um filho, tem apenas 24 anos e
se formou pela UERN, em Física, e todas as suas despesas foram custeadas pelos
pais, já que o jovem não conseguia trabalhar em face dos dois períodos de aulas
(manhã / tarde), detalhe… foram mais de quatro anos indo e voltando a Pau dos
Ferros. E para a história ficar mais bonita ainda, o garoto não abandonou sua
raiz, fez questão de mostrar o pai aos amigos, e com muito orgulho o convidou
para ser o padrinho de diplomação.
“Sinto muito
orgulho do meu pai, ele é honesto, trabalhador e tudo que ganha é para o
sustento da família, vou devolver a ele tudo que fez por mim, tenho certeza!
Nunca vou esquecer que ele e minha mãe venderam dois animais e juntaram mais um
pouquinho para completar o dinheiro de comprar o meu anel de formatura, que
custou 900 reais”, completou o rapaz.”
A história
não acabou, com um dos filhos já formado recentemente, chegou a vez da filha,
Cleide Alane Dantas Balbino, 22 anos, que iniciou o curso de letras pela UERN,
também na cidade de Pau dos Ferros, e como tudo recomeçou, o casal pega os 150
semanais que recebe, faz a feira com 90 reais e guarda o restante, 60 reais. No
fim do mês envia para a filha os 240 reais que juntou nas quatro semanas do
mês, e para o dinheiro ser suficiente, a jovem pratica a rotina do irmão,
almoça no restaurante popular em Pau dos Ferros.
A história
do casal José Orlando e Maria das Graças leva qualquer um a raciocinar que a
felicidade não está em volta da materialidade, mas sim das conquistas
intelectuais e da decência do ser humano, com isso o comportamento exemplar
praticado pelo casal devia ser seguido por pessoas que passam por cima de
conceitos básicos da família, que é o amor, e isso não se tem com dinheiro, mas
com doutrina e respeito.
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