Estrada
de Ferro Central do Brasil, 1924
Óleo
s/ tela, 142 x 100,2 cm
Quadro ícone
do Manifesto e Movimento Pau-Brasil, esta obra evidencia bem o contraste das
paisagens rurais e estradas de ferro da emergente São Paulo industrial; mescla
profunda entre a herança dos cenários abertos da fazenda e o futuro das cidades
modernas.
Uma das
principais conquistas estéticas e intelectuais do modernismo, em um segundo
momento, quando existe uma busca as fontes brasileiras e uma problematização da
realidade nacional, formalizada na problemática conciliação entre a roça e a
cidade, o atraso e o progresso; assim vemos o passado barroco das igrejas e a
religiosidade popular contrastarem com a ponte ferroviária, as sinaleiras, ou
os postes de energia elétrica, marcos da modernidade e do progresso. Da mesma
forma que a rigidez das linhas das construções contrastam com a paisagem de vegetação
tropical, de formas arredondadas.
Nesta grande
tela, de composição geometrizada ao máximo mas sem detrimento das figuras, com
planos bem definidos e linhas simplificadas; a artista põe a mostra o que
aprendera em seu 'serviço militar do cubismo' nos ateliês de Lhote, Gleizes e
Léger, artistas que haviam se afastado do austero e cerebral cubismo de Picasso
e Braque.
Traço
constante de sua obra, a presença da busca de uma cor verdadeiramente
brasileira ou caipira : rosa e azul claros, ou o verde e amarelo do nosso
colorido tropical, a cor é um dos elementos mais valorizados em sua composição.
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