Em sua casa
em Botafogo, a cantora e compositora Iara Rennó escrevia versos como “porque
olhos nos olhos penetrou-me/ enquanto mordíamos ambos os lábios/ carnudos doces
úmidos e cálidos”. Sem saber disso, em São Paulo, seu colega Kiko Dinucci
desenhava casais (às vezes mais pessoas envolvidas, às vezes animais, às vezes
pessoas-animais) em situações de sensualidade insinuada ou explícita. Anelis
Assumpção começou a publicar poemas explorando a temática em seu blog “Estou
sujeita” (estou sujeita.wordpress.com), logo puxando Kiko para um diálogo,
usando seus desenhos como estímulo e ilustração.
Por outros caminhos, o cantor
Thiago Pethit pensou com o diretor Heitor Dhalia o clipe de “Moon”, com cenas
de prostituição masculina, ménage à trois gay, transa heterossexual e sexo
grupal. Outros vídeos recentes de Matanza, Holger, Hidrocor e Otto tocam também
a questão da pornografia e do nu.
Pela periferia da canção, na linguagem visual
ou poética, o erotismo tempera a nova música brasileira, num movimento (palavra
com o sabor do tema) que parece ser mais que coincidência.
Fonte: O Globo
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