A Academia
Norte-rio-grandense de Letras terá uma cerimônia concorrida na noite de hoje
(27), às 20 horas, com a posse do novo ocupante da cadeira 32: o jornalista e
escritor João Batista Machado.
Com dez
livros publicados e vasta experiência em redações e assessorias, ‘Machadinho’
sentará na cadeira cujo patrono é o ministro mossoroense Francisco Fausto, a
mesma que pertenceu aos imortais Técio Rosado e João Batista Cascudo Rodrigues.
“Recebo como uma homenagem que Academia faz à classe jornalística. Ela tem uma
rica tradição em acolher jornalistas em seus quadros, por isso vejo como um
julgamento de minha vida”, diz o laureado.
Saudado pelo
jornalista Ticiano Duarte, também imortal da ANRL, João Batista Machado tem 70
anos e responde pelo setor de imprensa do Tribunal de Contas do Estado do RN
(TCE). Natural de Assu, ele terá a companhia de colegas de profissão, como
Sanderson Negreiros e do colunista de O Jornal de Hoje, Vicente Serejo, na instância
máxima das letras potiguares. “Creio que esse prestígio dos jornalistas na
Academia vem da notoriedade que alcançamos, principalmente quem é autor de
livros”.
Um dos
critérios para a escolha de novos integrantes é ter publicado pelo menos uma
obra relevante para a história do Estado, como atesta o presidente da ANRL, o
advogado e poeta Diógenes da Cunha Lima. “Além disso, uma comissão também
observa os aspectos morais, antes de levarmos para a votação secreta. João
Batista era um velho desejo da Academia, por sua capacidade de trabalho,
organização, visão política e seriedade com que veicula suas matérias. Tanto
que durante muito tempo Dinarte Mariz só dava entrevistas para ele”.
Entre as dez
publicações que acumula na carreira, todas narrativas políticas, João Batista
Machado destaca “1960: Explosão de Paixão e Ódio”, sobre a campanha mais famosa
da historia do RN, com a vitória de Aluízio Alves sobre Djalma Marinho; e “Como
se fazia um governador durante o Regime Militar”, trabalho único no Brasil em
que os doze anos de eleições biônicas levaram gestores ao poder de forma
direta, escolhida pelos militares – no Estado, na ordem, foram Cortez Pereira,
Tarcísio Maia e Lavoisier Maia. Casado com a também jornalista Salésia Dantas e
pai de dois filhos (do primeiro casamento), ‘Machadinho’ já fala nas primeiras
ações do dia seguinte à posse. “Vou começar a escrever um livro de memórias”.
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