sexta-feira, 1 de novembro de 2013

PROJETO REÚNE CRIANÇAS E ADOLESCENTES PARA ATIVIDADES DE INCENTIVO À LEITURA


A manhã desta quinta-feira (31) foi dedicada ao incentivo à prática de leitura e troca de livros, em Parnamirim. A ação realizada ao lado do Mercado Público Municipal é uma parceria entre o projeto de extensão da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, “Libertando Livros”, e “Parnamirim, um rio que flui para o mar da leitura”, da Secretaria Municipal de Educação.

Uma tenda foi armada no local e sob ela crianças ouviam histórias contadas por “mediadores de leitura”. As pessoas que passavam paravam para também passarem pela experiência. Muitas das crianças estavam fantasiadas como personagens de histórias infantis. A estudante Caline Agostinho da Silva, 10 anos, vestia-se como a Chapeuzinho Vermelho. Para a garota, “ler é quase tudo, pois quando lê a gente se abre para as pessoas”. Ela destacou que a prática é constante dentro da sala de aula.

Ainda sob a tenda armada, os livros do projeto de extensão da UFRN começavam a chegar para serem trocadas com a população. O projeto existe há um ano, sendo coordenado pelo bibliotecário Raimundo Muniz. Dos 355 livros iniciais do acervo próprio, hoje são mais de dois mil livros e, dentro destes, mil foram selecionados para as atividades desta manhã

A estudante de gastronomia, Amanda Carolina Fernandes de Carvalho, 18 anos, estava desde às cedo aguardando a chegada de livros para realizar a troca. A jovem sempre gostou de ler, e de acordo com o pai, o funcionário público Ewerton Martins, tem uma média de leitura superior à nacional, lendo quase 20 livros por ano.

A jovem leitora destacou que deveria ter muitos outros projetos como este, pois muitas pessoas não têm condições de comprar livros em livrarias, devido às condições financeiras. “Eu fiquei muito feliz quando fiquei sabendo desta ação, pois você pode não ter como comprar um novo, mas pode trocar por um que já foi lido”, explicou.

O coordenador Raimundo Muniz disse que ação já passou por diversas cidades do interior do estado, como também no campus da UFRN. “Estamos sempre à espera de convites e condições de logística para ir a outros lugares”.

A maior parte do material é de literatura, e não didático. A inquietação para dar início ao projeto surgiu ao participar de outra experiência em Salvador, com a mesma metodologia. Raimundo Muniz frisou que a importância é levar os livros para as comunidades mais carentes, onde as pessoas não têm condições de fazerem a compra de livros constantemente. “O livro tem de ir onde o povo está”.

O projeto de Escolas Leitoras em Parnamirim surgiu em 2010, com o desafio de tornar comum a prática do consumo literário entre os estudantes da rede municipal. Com o passar dos anos as ações foram evoluindo, encontros para a promoção de debates foram criadas, mais e mais salas de leitura  estão sendo criadas.

O projeto parnamirinense é oriundo dos projetos de leitura voltado para as escolas públicas, realizados com o incentivo e investimento do Instituto C&A. Dentro do programa professores recebem treinamento, como também materiais são repassados para que nas escolas não só sejam instaladas bibliotecas, mas a leitura torne-se uma prática comum entre os estudantes. A parceria com a cidade existe desde 2010.

De acordo com a assessora pedagógica Angélica Vitalino, hoje, Parnamirim vive a expectativa de se tornar a primeira cidade do país a ter 100% das escolas municipais com uma sala de leitura. Das 46 unidades da cidade, apenas três ainda não contam com este equipamento, devido a ausência de espaço.

Para o professor Geraldo Tavares, o sucesso do programa é visto pela quantidade de estudantes em sala de aula. “A criança chega em uma escola, sabe que existe uma sala de leitura, e vai encontrar um mediador para ajudar, passa mais segurança para elas”, complementa.

Outros pontos de êxito apresentados pelo professor é a mudança da postura do poder público. Segundo ele, o executivo municipal passou a apoiar muito mais as ações em escolas, enquanto no legislativo existe um projeto de lei da própria cidade que traça as dimensões das salas de leitura, e do professor mediador.


Para os educadores, a proposta agora é levar a leitura para além dos muros das escolas. “Queremos transformar Parnamirim em uma cidade de leitores”, pontuou Angélica Vitalino.

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