A manhã
desta quinta-feira (31) foi dedicada ao incentivo à prática de leitura e troca
de livros, em Parnamirim. A ação realizada ao lado do Mercado Público Municipal
é uma parceria entre o projeto de extensão da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, “Libertando Livros”, e “Parnamirim, um rio que flui para o mar
da leitura”, da Secretaria Municipal de Educação.
Uma tenda
foi armada no local e sob ela crianças ouviam histórias contadas por
“mediadores de leitura”. As pessoas que passavam paravam para também passarem
pela experiência. Muitas das crianças estavam fantasiadas como personagens de
histórias infantis. A estudante Caline Agostinho da Silva, 10 anos, vestia-se
como a Chapeuzinho Vermelho. Para a garota, “ler é quase tudo, pois quando lê a
gente se abre para as pessoas”. Ela destacou que a prática é constante dentro
da sala de aula.
Ainda sob a
tenda armada, os livros do projeto de extensão da UFRN começavam a chegar para
serem trocadas com a população. O projeto existe há um ano, sendo coordenado
pelo bibliotecário Raimundo Muniz. Dos 355 livros iniciais do acervo próprio,
hoje são mais de dois mil livros e, dentro destes, mil foram selecionados para
as atividades desta manhã
A estudante
de gastronomia, Amanda Carolina Fernandes de Carvalho, 18 anos, estava desde às
cedo aguardando a chegada de livros para realizar a troca. A jovem sempre
gostou de ler, e de acordo com o pai, o funcionário público Ewerton Martins,
tem uma média de leitura superior à nacional, lendo quase 20 livros por ano.
A jovem
leitora destacou que deveria ter muitos outros projetos como este, pois muitas
pessoas não têm condições de comprar livros em livrarias, devido às condições
financeiras. “Eu fiquei muito feliz quando fiquei sabendo desta ação, pois você
pode não ter como comprar um novo, mas pode trocar por um que já foi lido”,
explicou.
O
coordenador Raimundo Muniz disse que ação já passou por diversas cidades do
interior do estado, como também no campus da UFRN. “Estamos sempre à espera de
convites e condições de logística para ir a outros lugares”.
A maior
parte do material é de literatura, e não didático. A inquietação para dar
início ao projeto surgiu ao participar de outra experiência em Salvador, com a
mesma metodologia. Raimundo Muniz frisou que a importância é levar os livros para
as comunidades mais carentes, onde as pessoas não têm condições de fazerem a
compra de livros constantemente. “O livro tem de ir onde o povo está”.
O projeto de
Escolas Leitoras em Parnamirim surgiu em 2010, com o desafio de tornar comum a
prática do consumo literário entre os estudantes da rede municipal. Com o
passar dos anos as ações foram evoluindo, encontros para a promoção de debates
foram criadas, mais e mais salas de leitura
estão sendo criadas.
O projeto
parnamirinense é oriundo dos projetos de leitura voltado para as escolas
públicas, realizados com o incentivo e investimento do Instituto C&A.
Dentro do programa professores recebem treinamento, como também materiais são
repassados para que nas escolas não só sejam instaladas bibliotecas, mas a
leitura torne-se uma prática comum entre os estudantes. A parceria com a cidade
existe desde 2010.
De acordo
com a assessora pedagógica Angélica Vitalino, hoje, Parnamirim vive a
expectativa de se tornar a primeira cidade do país a ter 100% das escolas
municipais com uma sala de leitura. Das 46 unidades da cidade, apenas três
ainda não contam com este equipamento, devido a ausência de espaço.
Para o
professor Geraldo Tavares, o sucesso do programa é visto pela quantidade de
estudantes em sala de aula. “A criança chega em uma escola, sabe que existe uma
sala de leitura, e vai encontrar um mediador para ajudar, passa mais segurança
para elas”, complementa.
Outros
pontos de êxito apresentados pelo professor é a mudança da postura do poder
público. Segundo ele, o executivo municipal passou a apoiar muito mais as ações
em escolas, enquanto no legislativo existe um projeto de lei da própria cidade
que traça as dimensões das salas de leitura, e do professor mediador.
Para os
educadores, a proposta agora é levar a leitura para além dos muros das escolas.
“Queremos transformar Parnamirim em uma cidade de leitores”, pontuou Angélica
Vitalino.
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