Criada no início
de janeiro deste ano, a página de Facebook "Bode Gaiato" já foi
curtida por mais de 2,9 milhões de pessoas, que acompanham as histórias cômicas
do personagem nordestino. Segundo o criador da página, Breno Melo, 20, as
histórias sobre escola geralmente são as que fazem mais sucesso. "As
pessoas se identificam mais", conta.
Breno, que
mora no Recife, disse que a ideia para a página surgiu de um momento de tédio:
"Comecei a criar umas piadas para compartilhar com os amigos e a coisa
tomou proporções que eu não imaginei. Pensei em criar um personagem nordestino,
e o bode me veio logo à cabeça, seguido de uma expressão regional, 'gaiato' que
quer dizer engraçado, gozador".
A ideia deu
tão certo que ele trancou a faculdade de engenharia elétrica para se dedicar
somente à página. "A página se tornou rentável, então achei mais vantajoso
dar uma parada nos estudos e me dedicar mais a este projeto", afirmou o
jovem. Breno pretende voltar aos estudos na UFCG (Universidade Federal de
Campina Grande), na Paraíba, assim que "as coisas acalmarem mais".
Além dos
ganhos com publicidade, Breno vende camisetas, almofadas e canecas do
personagem "para todo o Brasil". Questionado sobre quanto lucra com o
Bode Gaiato, ele afirma que prefere não mencionar valores.
CRÔNICAS DA WEB
Para a
página, o jovem cria quadrinhos com seu personagem comentando o cotidiano ou o
que está "bombando" na rede. O jovem faz as montagens sozinho e
recebe algumas sugestões de fãs da página para as histórias. Breno se considera
"muito ligado nos noticiários e no que acontece na web".
Muitas das
histórias vividas pelo Bode Gaiato, ou Junin, acontecem na escola ou têm os
estudos como tema principal. O criador do personagem afirma que situações
vividas por ele, às vezes, servem de inspiração para essas histórias. A tirinha
em que brinca com a formação de uma "dupla de três", por exemplo, foi
tirada de um dia de aulas anos atrás. "Eu era um dos melhores [alunos] em
relação às notas, mas eu brincava bastante em sala de aula também",
lembra.
LINGUAGEM COLOQUIAL
As histórias
são escritas em linguagem bem coloquial, com muitos erros, mas "a intenção
é escrever do jeito que o matuto fala mesmo". Breno conta que a maioria
dos leitores entende a brincadeira: "Só de vez em quando aparece um
comentário tentando me corrigir".
O jovem
acredita que toda turma de escola sempre tem aquele aluno "gaiato, que
solta gracinhas, tem preguiça de estudar e não vai bem nas notas". Para
esses alunos ele deixa um recado: "Não sigam o exemplo de Junin. Estudem
pra valer".
Por: Suellen
Smosinski
Em: UOL-SP
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