quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

"AS PESSOAS SE IDENTIFICAM COM AS HISTÓRIAS DE ESCOLA", DIZ 'BODE GAIATO'


Criada no início de janeiro deste ano, a página de Facebook "Bode Gaiato" já foi curtida por mais de 2,9 milhões de pessoas, que acompanham as histórias cômicas do personagem nordestino. Segundo o criador da página, Breno Melo, 20, as histórias sobre escola geralmente são as que fazem mais sucesso. "As pessoas se identificam mais", conta.

Breno, que mora no Recife, disse que a ideia para a página surgiu de um momento de tédio: "Comecei a criar umas piadas para compartilhar com os amigos e a coisa tomou proporções que eu não imaginei. Pensei em criar um personagem nordestino, e o bode me veio logo à cabeça, seguido de uma expressão regional, 'gaiato' que quer dizer engraçado, gozador".

A ideia deu tão certo que ele trancou a faculdade de engenharia elétrica para se dedicar somente à página. "A página se tornou rentável, então achei mais vantajoso dar uma parada nos estudos e me dedicar mais a este projeto", afirmou o jovem. Breno pretende voltar aos estudos na UFCG (Universidade Federal de Campina Grande), na Paraíba, assim que "as coisas acalmarem mais".

Além dos ganhos com publicidade, Breno vende camisetas, almofadas e canecas do personagem "para todo o Brasil". Questionado sobre quanto lucra com o Bode Gaiato, ele afirma que prefere não mencionar valores.

CRÔNICAS DA WEB
Para a página, o jovem cria quadrinhos com seu personagem comentando o cotidiano ou o que está "bombando" na rede. O jovem faz as montagens sozinho e recebe algumas sugestões de fãs da página para as histórias. Breno se considera "muito ligado nos noticiários e no que acontece na web".

Muitas das histórias vividas pelo Bode Gaiato, ou Junin, acontecem na escola ou têm os estudos como tema principal. O criador do personagem afirma que situações vividas por ele, às vezes, servem de inspiração para essas histórias. A tirinha em que brinca com a formação de uma "dupla de três", por exemplo, foi tirada de um dia de aulas anos atrás. "Eu era um dos melhores [alunos] em relação às notas, mas eu brincava bastante em sala de aula também", lembra.

LINGUAGEM COLOQUIAL
As histórias são escritas em linguagem bem coloquial, com muitos erros, mas "a intenção é escrever do jeito que o matuto fala mesmo". Breno conta que a maioria dos leitores entende a brincadeira: "Só de vez em quando aparece um comentário tentando me corrigir".

O jovem acredita que toda turma de escola sempre tem aquele aluno "gaiato, que solta gracinhas, tem preguiça de estudar e não vai bem nas notas". Para esses alunos ele deixa um recado: "Não sigam o exemplo de Junin. Estudem pra valer".

Por: Suellen Smosinski
Em: UOL-SP


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