Desde que
assumiu a presidência da Câmara Federal, Henrique Eduardo Alves, exibe todo o seu prestígio
político marcando, pelo celular, encontros com ministros, presidentes de
estatais e secretários ligados às políticas federais de governo.
Ontem (18),
segundo o jornal Folha de S Paulo, Henrique interrompeu uma reunião da
presidente da Petrobras, Graça Foster, no Rio de Janeiro, para pedir
investimentos da companhia no Rio Grande
do Norte.
Ele estava
acompanhado do presidente da Federação da Indústria, Amaro Sales, e do secretário
Rogério Marinho, de Desenvolvimento Econômico.
Procurados
nesta sesta-feira pela manhã pelo JH, nem Amaro e nem Rogério, que participam
hoje, às 19 horas, do lançamento do cronograma de atuação da consultoria
Macroplan, contratada para realizar o banco de dados do projeto Mais RN,
retornaram as ligações.
Na última
quarta-feira, no lançamento da I Feira da Indústria Potiguar, marcada para
dezembro, Amaro Sales, em discurso, qualificou a retração dos investimentos da
Petrobras como um cenário preocupante.
Ontem, a
única informação que saiu do encontro com Graça Foster foi o previsível
interesse do governo do estado em desenvolver novas parcerias com a Petrobras,
cuja produção vem decrescendo visivelmente nos campos potiguares nos últimos
anos. Hoje, gira ao redor dos 61 mil barris diários.
O reflexo
disso nas empresas prestadores de serviço, não é de hoje, preocupa a
governadora, que é de Mossoró, uma região cuja exploração de petróleo e a
fruticultura não vivem os melhores dias.
Publica a
Folha que Henrique Eduardo convidou Graça Foster para ser uma das palestrantes, em agosto, do
seminário de um dia promovido pelo jornal diário do qual o parlamentar é
presidente.
O diário
paulista lembra, na mesma reportagem, que enquanto isso, no Maranhão, a
Petrobras estuda uma parceria com a chinesa Sinopec para construir a refinaria
Premium I, com capacidade para refinar 600 mil barris diários de petróleo. E no
Ceará, avança a parceria para a construção de uma refinaria (Premium II), de
300 mil barris diários, que poderá ser feita com a sul-coreana GS Caltex.
O jornal
lembra que, no caso do Ceará, a iniciativa da Petrobras teve intensa
participação do governador Cid Gomes. Aliás, na ocasião, a própria presidente
Graça Foster teria sugerido a Gomes encontrar parceiros para viabilizar a
construção da unidade. E teria limitado o preço da refinaria em US$ 11,4
bilhões, segundo o próprio governador informou à Folha em julho do ano passado.
No fim da
meteórica passagem do deputado Henrique Eduardo pelo Rio, ainda segundo o
jornal, Graça Foster teria pedido para que ele encaminhasse as tais propostas
de parceria para uma avaliação. E lembrou que o RN já tem uma planta (a Clara
Camarão), também conhecida como mini refinaria, com processamento de 35 mil
barris diários.
Hoje à
noite, o presidente da Fiern, Amaro Sales, deve citar esse encontro com a
presidenta da Petrobras e fornecer alguma razão adicional para se acreditar na
consistência da política econômica do governo Rosalba.
Desde que
assumiu a presidência da Câmara Federal, um dos cargos mais influentes da
República, Henrique movimentou Natal com uma verdadeira maratona de
personalidades do primeiro e segundo escalão de Brasília.
Um deles foi
Neri Geller, secretário nacional de políticas agrícolas, que esteve no RN em
abril. A reunião foi demandada com tamanha urgência por Henrique que obrigou
Geller a sair de uma reunião da Casa Civil da Presidência, em Brasília, direto
para o aeroporto, com a roupa do corpo. “Fazer o que, o homem mandou”, teria
comentado no dia seguinte.
Da vinda de
Geller foi anunciada a doação de 12 mil toneladas de milho que chegariam no
Porto de Natal e serem recepcionadas e distribuídas pelo Governo do Estado. Até
agora, passado mais de três meses, só 60% da carga chegou ao estado e está sob
a guarda da Conab.
Mais
recentemente, o deputado convocou – por telefone – a presença de um alto
diretor do Banco do Nordeste para prestar explicações sobre a postura da
instituição acerca do endividamento rural.
Ontem, foi à
vez da presidenta da Petrobras, Graça Foster, interromper uma reunião para
atender mais uma demanda do deputado Henrique. Uma pungente indústria de
pedidos.
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