Pesquisadores darão remédios para
homens com alto risco de infecção
O uso de
medicamentos antirretrovirais para prevenir a infecção por HIV — a chamada
terapia pré-exposição — será testado no Brasil. Um estudo coordenado pela
Fundação Oswaldo Cruz, com participação da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (USP) e do Centro de Referência e Treinamento
DST-Aids, da Secretaria de Saúde de São Paulo, acompanhará, durante um ano, 500
voluntários homens que fazem sexo com homens e travestis.
Os
antirretrovirais são medicamentos usados para controlar a infecção pelo HIV em
pessoas contaminadas. A combinação desses medicamentos é dada a pessoas logo
após o contato com o vírus para tentar evitar que a infecção aconteça. A ideia
de uma terapia preventiva contra o HIV é orientar os indivíduos com alto risco
de contaminação a tomar antirretrovirais diariamente. Assim, caso haja o
contato com o vírus da aids, as drogas conseguem suprimi-lo.
A eficácia
da profilaxia antes da exposição ao HIV já foi comprovada por vários estudos.
Um deles teve participação de pesquisadores da Fiocruz, Universidade Federal do
Rio de Janeiro e Universidade de São Paulo. Segundo os trabalhos, grupos que seguiram
a terapia não se infectaram com o HIV.
“O nosso
estudo avaliará como colocar em prática essa estratégia: a melhor forma de
acompanhar a população que usa o medicamento, como preparar as equipes de
saúde”, diz Beatriz Grinsztejn, coordenadora da pesquisa. Os resultados podem
ajudar a dar mais elementos para o governo avaliar a adoção da terapia
preventiva no país.
O
recrutamento dos voluntários começará em agosto. Cartazes com “Um comprimido
por dia pode prevenir HIV/Aids” serão espalhados por locais frequentados pela
comunidade gay. O medicamento usado, uma combinação de antirretrovirais, não é
ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Nenhum comentário:
Postar um comentário