Professor de
língua portuguesa, Espedito Cardoso lança a segunda edição do livro “Cantar
para não desencantar”
Com a
primeira edição lançada em 1998, o livro Cantar Para Não Desencantar, do
escritor e professor de língua portuguesa, Espedito Cardoso, ganha uma segunda
tiragem na noite desta sexta-feira (22), às 18h30, ocasião em que o Palácio da
Cultura (antigo Palácio Potengi) terá a presença do autor e da cantora
Elizabeth Alves, intérprete dos clássicos nordestinos e hits de sucesso cujas
letras foram adaptadas em paródias com o conteúdo ministrado pelo professor em
sala de aula.
Acompanhado
de um CD com 16 faixas (gravadas por dois amigos de Caicó), a publicação
conquistou o prêmio de incentivo à educação fundamental do Ministério da
Educação (MEC), por ser criativa e eficaz no desenvolvimento dos discentes.
A ideia de
reduzir a evasão e a repetência na rede de ensino pública o levou a utilizar
este recurso didático-pedagógico. Mas
houve desconfiança por parte dos pais, acostumados com o pouco caso ou a
desistência dos filhos em concluir os estudos. “O que você está fazendo com
minha filha que agora ela está acordando cedo, com vontade de vir para a
escola?”, disse uma mãe ressabiada, durante uma reunião entre pais e mestres da
Escola Estadual Judith Bezerra de Melo, em Lagoa Nova. De preguiçosa e
desinteressada, a menina passara a demonstrar uma empolgação inédita através da
mudança no método de ensino. O abandono
do tradicional esquema palestra-texto no quadro-leitura de livros e a adoção de
cantorias mudou a dinâmica da aprendizagem de português naquela precária
estrutura física que ele dispunha quinze anos atrás.
“Comecei a
prestar a atenção que toda vez que passava um carro de som, como a sala não
tinha janela, a turma corria para o parapeito e cantava e dançava no meio da
aula. Como acho que o professor precisa estar atento às nuanças e deve
descobrir o que desperta o interesse dos alunos, resolvi pegar melodias
conhecidas e adaptá-las em letras com o conteúdo da disciplina. Quando comecei
a cantar, tudo mudou”, diz Espedito, sem habilidades em instrumentos músicas,
mas com disposição de sobra para entoar à capela, sozinho diante de crianças e
dos adolescentes, o Canto Das Três Raças, de Paulo César Pinheiro e Mauro
Duarte, na versão de Clara Nunes. “Era uma aula enfadonha de Formação do Povo
Brasileiro, sem motivação alguma para eles, quando trouxe essa música”.
Natural de
Parelhas e morador de Caicó por dez anos, Espedito Cardoso chegou a Natal em
1990. Em seus 55 anos de vida, passou quinze deles lecionando para
universitários, até que o suporte das paródias possibilitou executar um
trabalho na formação de professores (sua atual ocupação), dentro do Programa
Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, o Pronatec, em parceria com a
Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ), em Macaíba. Virou um peregrino da educação,
com viagens semanais para levar conhecimento aos rincões potiguares. “Amanhã
mesmo [sábado] estarei em Serra Caiada”. O desafio à repetência, porém, é sua
briga maior. “Criança gosta de música. Captei que após a introdução das
paródias como método pedagógico, elas reduziram o índice de reprovação e evasão.
Isso me dá uma alegria muito grande”.
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