sábado, 23 de novembro de 2013

LIVRO COM CONTEÚDO DIDÁTICO EM PARÓDIAS DE TEMAS NORDESTINOS


Professor de língua portuguesa, Espedito Cardoso lança a segunda edição do livro “Cantar para não desencantar”

Com a primeira edição lançada em 1998, o livro Cantar Para Não Desencantar, do escritor e professor de língua portuguesa, Espedito Cardoso, ganha uma segunda tiragem na noite desta sexta-feira (22), às 18h30, ocasião em que o Palácio da Cultura (antigo Palácio Potengi) terá a presença do autor e da cantora Elizabeth Alves, intérprete dos clássicos nordestinos e hits de sucesso cujas letras foram adaptadas em paródias com o conteúdo ministrado pelo professor em sala de aula.

Acompanhado de um CD com 16 faixas (gravadas por dois amigos de Caicó), a publicação conquistou o prêmio de incentivo à educação fundamental do Ministério da Educação (MEC), por ser criativa e eficaz no desenvolvimento dos discentes.
A ideia de reduzir a evasão e a repetência na rede de ensino pública o levou a utilizar este recurso didático-pedagógico.  Mas houve desconfiança por parte dos pais, acostumados com o pouco caso ou a desistência dos filhos em concluir os estudos. “O que você está fazendo com minha filha que agora ela está acordando cedo, com vontade de vir para a escola?”, disse uma mãe ressabiada, durante uma reunião entre pais e mestres da Escola Estadual Judith Bezerra de Melo, em Lagoa Nova. De preguiçosa e desinteressada, a menina passara a demonstrar uma empolgação inédita através da mudança no método de ensino.  O abandono do tradicional esquema palestra-texto no quadro-leitura de livros e a adoção de cantorias mudou a dinâmica da aprendizagem de português naquela precária estrutura física que ele dispunha quinze anos atrás.

“Comecei a prestar a atenção que toda vez que passava um carro de som, como a sala não tinha janela, a turma corria para o parapeito e cantava e dançava no meio da aula. Como acho que o professor precisa estar atento às nuanças e deve descobrir o que desperta o interesse dos alunos, resolvi pegar melodias conhecidas e adaptá-las em letras com o conteúdo da disciplina. Quando comecei a cantar, tudo mudou”, diz Espedito, sem habilidades em instrumentos músicas, mas com disposição de sobra para entoar à capela, sozinho diante de crianças e dos adolescentes, o Canto Das Três Raças, de Paulo César Pinheiro e Mauro Duarte, na versão de Clara Nunes. “Era uma aula enfadonha de Formação do Povo Brasileiro, sem motivação alguma para eles, quando trouxe essa música”.

Natural de Parelhas e morador de Caicó por dez anos, Espedito Cardoso chegou a Natal em 1990. Em seus 55 anos de vida, passou quinze deles lecionando para universitários, até que o suporte das paródias possibilitou executar um trabalho na formação de professores (sua atual ocupação), dentro do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, o Pronatec, em parceria com a Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ), em Macaíba. Virou um peregrino da educação, com viagens semanais para levar conhecimento aos rincões potiguares. “Amanhã mesmo [sábado] estarei em Serra Caiada”. O desafio à repetência, porém, é sua briga maior. “Criança gosta de música. Captei que após a introdução das paródias como método pedagógico, elas reduziram o índice de reprovação e evasão. Isso me dá uma alegria muito grande”.


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