A Câmara dos
Deputados aprovou na última terça-feira um requerimento que acelera a tramitação
de um projeto de decreto legislativo que cancela a obrigatoriedade para que as
autoescolas tenham que dar aulas em simuladores de direção.
Com isso, o
projeto será votado na próxima semana, diretamente no plenário da Câmara, sem
passar pelas comissões da Casa. A proposta é do líder do DEM na Câmara,
Mendonça Filho (PE).
Segundo o
deputado, há indícios de que a medida foi elaborada para beneficiar apenas
quatro empresas que detêm a tecnologia dos simuladores, já que não há
argumentos técnicos que justifiquem a medida.
O líder
afirmou ainda que obrigatoriedade vai onerar os condutores, que pagarão entre
20% a 30% a mais para tirarem a carteira de motorista, uma vez que cada
aparelho custa R$ 40 mil, fora o custo de manutenção.
A ideia do
sistema, diz o Contran, é utilizar tecnologias de realidade virtual para o
aprimoramento do processo de formação de motoristas.
Segundo o
Ministério das Cidades, estudos feitos pelo governo norte-americano comprovaram
que o uso do simulador de direção de carro pode reduzir pela metade o número de
acidentes. Nos 24 primeiros meses após a retirada da habilitação, o equipamento
ainda desenvolve as habilidades sensoriais e motoras do motorista, assim como
os conhecimentos teóricos das regras de trânsito e o autocontrole emocional.
Além disso, permitirá treinar os controles do veículo e se colocar em situações
similares às que ocorrem em vias públicas antes das aulas práticas de volante.
O Denatran
(Departamento Nacional de Transito), órgão do Ministério das Cidades, solicitou
à UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), em 2009, a elaboração de
estudos a respeito do uso simulador de direção para complementar a formação dos
condutores. Os pesquisadores concluíram que o equipamento treinará os
motoristas fora das vias públicas, o que garantirá a sua integridade física e a
do instrutor.
Lucro
A reportagem
mostrou que uma das quatro empresas que irão dividir o mercado milionário de
simuladores de direção para a formação dos motoristas tem como sócio um
ex-assessor do Denatran que trabalhou no órgão quando essa exigência já era
discutida.
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